De acordo com representantes do Governo espanhol, mil pessoas reuniram-se na tarde de hoje junto à Porta do Sol, em Madrid, sob o lema “Nem Putin, nem NATO”, onde questionaram o papel da Aliança Atlântica no conflito.
Os manifestantes carregavam vários cartazes com ‘slogans’ como “Pára Putin”, “Paz” ou “Liberdade para a Ucrânia”, reiterando o desejo de se encontrar uma solução para o país do leste europeu.
Também gritaram “Não há NATO, bases fora”, numa manifestação geracional heterogénea, que reuniu pessoas de várias faixas etárias.
“Somos contra a guerra e que por interesses políticos e económicos a população é enviada para se matar por interesses que lhe são alheios”, disse à agência de notícias EFE Pablo, manifestante e membro do Partido Comunista Espanhol, que apoiou a concentração, como o movimento Esquerda Unida da Comunidade de Madrid.
Na Geórgia, cerca de 30 mil pessoas concentraram-se na principal rua de Tbilissi, agitando bandeiras ucranianas e georgianas e cantando os hinos dos dois países.
“Temos compaixão pelos ucranianos, talvez mais dos outros países, porque vivemos a agressão bárbara da Rússia no nosso solo”, disse um dos manifestantes à agência de notícias AFP, Niko Tvauri, um taxista.
“Ucranianos, georgianos, o mundo deve resistir a Putin, que quer restaurar a União Soviética. A Ucrânia está a sangrar e o mundo está a assistir e falar sobre sanções que não podem para Putin”, disse em lágrimas Meri Tordia, uma professora de francês.
Em agosto de 2008, a Rússia lançou um ataque terrestre devastador contra a Geórgia, que lutava contra milícias pró-russas na região separatista da Ossétia do Sul, depois de ter bombardeado aldeias georgianas.
“Putin, assassino!”, “Sim à paz, não à guerra”. Milhares de pessoas participaram hoje numa marcha à luz de tochas em Roma.
“Banir a Rússia do Swift”, “Bloqueio total do comércio com a Rússia”, podiam ser lidos em faixas. Outros cartazes mostravam o Presidente russo com a mão manchada de sangue na cara, ou comparavam-no a Hitler com as palavras: “Reconhece a história quando ela se repete?”
A manifestação, que contou com a presença de muitos ucranianos e italianos de origem ucraniana, visivelmente emocionados, prosseguiu em torno do Coliseu, em paz.
“Sempre estivemos perto do povo ucraniano… A partir daqui o nosso sentimento de impotência é enorme. Não podemos fazer mais nada neste momento”, disse à AFP Maria Sergi, uma italiana nascida na Rússia, com a bandeira da Ucrânia (amarelo e azul) pintada na face.
Vladimir Putin “fez muito mal, até mesmo ao seu próprio povo. Temos muitos amigos que sofreram muito por causa das suas políticas”, acrescentou.
Mais de mil pessoas pediram hoje junto a Downing Street, sede do chefe do Governo britânico, que a NATO aja militarmente e decrete uma zona de exclusão aérea para impedir os bombardeios.
Os manifestantes, mais numerosos do que em protestos semelhantes realizados esta semana na capital britânica, Londres, empunhavam bandeiras ucranianas e faixas que eram principalmente dirigidas contra o Presidente russo, Vladimir Putin.
Entre os slogans mais repetidos, as pessoas gritavam “Pare a guerra”, “Reino Unido, arma a Ucrânia”, “Precisamos de ajuda agora” ou “A Rússia vai para casa”, enquanto cantam o hino nacional ucraniano.
No meio de grande emoção, crianças e famílias inteiras, principalmente londrinos, encaminharam-se para a residência do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para fazerem ouvir as suas vozes.
Também hoje realizou-se um protesto em Sarajevo, recordando as crianças que morreram durante a guerra civil entre 1992 e 1995.
Os manifestantes, incluindo ucranianos residentes na Bósnia e Herzegovina, seguravam faixas com mensagens como “Aprenda com Sarajevo, salve Kiev” e “Termine com a agressão russa”.
O grupo de ativistas que organiza o “Protesto pela Paz” lembrou que os bósnios estão recuperados da guerra há décadas, mas continuam a temer novos conflitos.
“Estamos com o povo da Ucrânia diretamente afetado pela agressão de [Vladimir] Putin […], com o povo da Rússia que se opõe ao regime de Putin”, disse a organização.
“É nossa obrigação pedir a paz e acabar com as polarizações artificiais”, indicaram, condenando todas as guerras e pedindo que seja garantida “comida e dignidade às pessoas, em vez de armas”.
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