“Ele está a reagir a estímulos, mas a situação é ainda de grande reserva. Estamos a seguir, com muita atenção e quero desejar, naturalmente, as rápidas melhoras deste militar”, disse a ministra da Defesa, Helena Carreiras.
De acordo com a governante, que falava aos jornalistas em Estremoz (Évora), à margem de uma visita à Residência São Nuno de Santa Maria, da Liga dos Combatentes, a situação do militar “está a ser acompanhada”.
“Na realidade, depois dos incidentes de setembro passado, foram introduzidas alterações no próprio curso e há um acompanhamento e uma monitorização muito mais próxima dos militares, das atividades durante estas provas muito exigentes na preparação do curso de comandos”, disse.
“Também neste caso houve essa monitorização, esse acompanhamento, e estamos, portanto, a tentar apurar o que é que se passou exatamente”, mas “só mesmo os médicos e a situação clínica revelará o que aconteceu”, acrescentou.
A ministra da Defesa, que espera visitar “logo que possível” o militar que está internado no hospital de Santa Maria, em Lisboa, garantiu que teve conhecimento deste caso no dia 12 de junho e justificou o motivo que levou o Exército a só divulgar a situação alguns dias depois.
“O Exército vai avaliando as situações e, porventura, imaginava que seria uma situação mais facilmente resolúvel, o facto é que não foi possível e, portanto, o militar continua em coma induzido e, nessa altura decidiu então dar toda a informação e foi isso que fez”, referiu.
O Exército divulgou na terça-feira que um militar do 139.º curso dos Comandos está em coma induzido após ter sofrido “um golpe de calor”, tendo o ramo aberto um processo de averiguações.
Em comunicado, o Exército avança que o 139.º curso de Comandos teve início no dia 12 de abril e, dois meses depois, a 12 de junho, “durante a execução da instrução de marcha-corrida, com a distância de 15 quilómetros, com carga de cinco quilos, no quilómetro 14, foi assistido um militar de sexo masculino pela equipa médica militar, tendo sido acionado o INEM” que o transportou para o Hospital Santa Maria, em Lisboa.
“Foi diagnosticado um golpe de calor e pelos riscos inerentes de falência de órgãos foi admitido nos cuidados intensivos. A situação neurológica aconselhou a ser induzido o coma, situação em que se mantém”, lê-se na nota.
O Exército acrescenta que o chefe do Estado-Maior, general Mendes Ferrão, determinou a interrupção do curso “até à conclusão da avaliação clínica de todos os instruendos” e foi aberto um processo de averiguações.
Concluída a avaliação clínica, o curso foi retomado e a avaliação de marcha-corrida realizou-se a 16 de junho.
O Exército adianta que este curso se encontra na 11.ª semana de um total de 17 e tem 22 instruendos em formação de um total inicial de 52 formandos.
No ano passado, foi aberto um processo de averiguações ao 138.º curso de Comandos, após seis pessoas terem sido assistidas em hospitais, incluindo um militar que necessitou de um transplante hepático.
As conclusões do processo de averiguações e inspeção técnica ao 138.º curso de Comandos foram na altura enviadas ao Ministério Público.
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