A conclusão foi retirada de um estudo sobre o desempenho escolar no 2.º Ciclo, hoje publicado pela Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).
Na análise que faz dos resultados, o ministério afirma também que persiste uma correlação entre um baixo nível socioeconómico e fracos desempenhos escolares, o que “confirma a necessidade de introduzir no sistema autonomia e flexibilidade”.
O ministério sublinha a necessidade de intervir aos primeiros sinais de dificuldades e de se poder gerir o currículo de forma diferente em cada contexto, “com metodologias adequadas em função de necessidades específicas”.
O trabalho agora apresentado foi desenvolvido com base nos resultados dos alunos das escolas públicas de Portugal continental no ano letivo 2014-2015.
Foram analisadas as classificações finais nas nove disciplinas obrigatórias: ciências naturais, educação tecnológica, inglês, educação física, educação visual, matemática, português, história e geografia de Portugal e educação musical.
De acordo com os resultados, 30% dos alunos do 6.º ano teve negativa a matemática no final do ano, a percentagem de insucesso mais elevada entre todas as disciplinas, seguindo-se inglês, com 15% de negativas.
“No extremo oposto, surge educação física, disciplina em que 2% dos alunos não obteve a desejável classificação positiva”, lê-se no documento.
O relatório indica igualmente que a disciplina de português foi aquela em que os professores menos atribuíram a nota máxima de 5, tanto no 5.º como no 6.º ano.
Já na disciplina de educação musical, cerca de um quarto dos alunos obteve 5.
Os dados indicam ainda que 61% dos alunos do 6.º ano obteve positiva a todas as disciplinas, o mesmo se passando com 65% das crianças no 5.º ano no que diz respeito à classificação final.
Entre os alunos que transitaram do 5.º para o 6.º ano em 2014-15, “uma fração substancial de 30% fê-lo com classificação negativa a pelo menos uma disciplina, fração esta que sobe para 34% entre os alunos que transitaram do 6.º para o 7.º ano”, observam os autores do estudo.
A análise dos resultados revelou também que enquanto 85% dos alunos que passou de ano com negativa a educação tecnológica conseguiu recuperar no final do ano seguinte, apenas 21% das crianças conseguiu uma recuperação semelhante quando se tratou de matemática.
“Conclui-se que as negativas a matemática - ao contrário de educação tecnológica - raramente são episódios passageiros”, lê-se no estudo da DGEEC.
O mesmo se passa com negativas a inglês, que são recuperadas no seguinte “por apenas 34% dos alunos”.
Ao analisarem o desempenho apenas dos alunos que chumbaram, os peritos observaram que tanto entre os retidos no 5.º ano, como no 6.º ano, “uns esmagadores 97% tiveram aproveitamento insuficiente a matemática”.
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