“Estamos a falar com os nossos parceiros sobre a possibilidade de contribuir para a constituição desta capacidade da Ucrânia. Não podemos fazê-lo isoladamente. É preciso compreender que se trata de uma decisão que tem de ser coletiva, é necessariamente coletiva”, afirmou Helena Carreiras aos canais de televisão, à margem nas Jornadas da Defesa Nacional sobre o Espaço, no Forte de São Julião, em Oeiras, distrito de Lisboa.
De acordo com a ministra, que voltou a recusar comentar se, como noticiou o Expresso, a maioria dos 37 tanques Leopard 2 que Portugal possui estão inoperacionais, “há diferentes elementos a considerar, quer na constituição da própria capacidade, quer questões que têm a ver com a operabilidade dos meios, com as questões do treino, com as questões dos suplentes”.
Contudo, a ministra salientou a preocupação com as “próprias capacidades” nacionais, com a necessidade de articular a ajuda à Ucrânia, “que é permanente e que continuará”, com a necessidade de se manterem as capacidades nacionais.
“Os equipamentos militares estão sempre em vários graus de operacionalidade, e eu não me refiro publicamente à operacionalidade dos meios militares, até por razões de segurança”, afirmou quanto questionada sobre a operacionalidade dos tanques.
Sobre a necessidade de serem adquiridos mais tanques, questão que se terá colocado e depois foi abandonada, a ministra respondeu: “Houve decisões tomadas no passado. No presente, o que estamos a fazer, e nova a lei de programação militar que está em curso, foi aliás aprovada no Conselho Superior de Defesa Nacional na passada sexta-feira (aprovado o parecer que deverá agora informar todo o processo que se segue, de aprovação dessa lei), refere que, uma das prioridades que temos é a da manutenção das nossas capacidades militares, da sustentação e da modernização”.
“Estamos empenhados em que isso aconteça, é uma prioridade importante, e é também por aí que vamos olhar para as questões da nossa operacionalidade de equipamentos e meios do sistema de forças”, afirmou.
A ministra da Defesa disse não poder “adiantar nada mais”, reiterando que o Governo está “a olhar com muita atenção” para a necessidade de “modernizar, de manter, de sustentar, os equipamentos e meios” que tem “para ter Forças Armadas mais operacionais”, e em “articular isso com todos os restantes desafios e compromissos internacionais”.
Na semana passada vários países anunciaram o fornecimento à Ucrânia de tanques pesados Leopard 2, de fabrico alemão, após a Alemanha ter autorizado a cedência dos tanques, e os Estados Unidos o fornecimento de blindados Abrams, que Kiev pedia insistentemente, equipamentos que as autoridades de Berlim e de Washington estavam renitentes em autorizar.
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