“O comboio que hoje parte de Lisboa e viaja por toda a Europa ao longo do próximo mês leva consigo a expectativa de milhões de cidadãos e a mensagem que estamos atentos a ela”, afirmou Pedro Nuno Santos, que falava antes do início da viagem do ‘Conecting Europe Express’, destinada a promover os benefícios do modo de transporte ferroviário.
Esta viagem, organizada no âmbito do ano europeu do transporte ferroviário, tem hoje início em Lisboa e termina em Paris, no dia 07 de outubro.
O ministro notou que os cidadãos querem um transporte confortável, que os leve onde precisam de estar, “de forma rápida, barata e com flexibilidade”, que permita mudanças de planos ou acudir a um imprevisto.
Já as empresas querem um transporte “barato e fiável”.
Segundo o governante, para dar resposta aos objetivos de transferência modal e, com isso, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, é necessário resolver estas preocupações das empresas e dos utentes.
“Sabemos que a Comissão Europeia está a preparar um plano de ação que irá trazer propostas de soluções para muitas destas questões […]. Podem contar com o empenho de Portugal neste trabalho”, garantiu, sublinhando que o comboio não é só um meio de transporte, mas “algo que gere entusiasmo e move pessoas”.
O ‘Conecting Europe Express’ “mais do que um comboio é uma celebração e uma oportunidade de nos juntarmos para colocar [este meio de transporte] no centro da mobilidade”, considerou, por sua vez, a comissária europeia dos transportes, Adina Vălean.
Na conferência de imprensa que se seguiu a esta sessão, Pedro Nuno Santos reiterou que está a ser feito um esforço “inquestionável” para melhorar a ferrovia, mas ressalvou que “muitos problemas” vão continuar a existir.
“Estamos longe de ter a melhor rede ferroviária e serviço ferroviário, mas queremos inverter esse estado”, precisou.
O comboio partiu da Gare do Oriente pelas 15:55 e terá a sua primeira paragem na Covilhã.
Ministro das Infraestruturas aponta falhas da Europa na interoperabilidade e afasta migração total da bitola
O ministro das Infraestruturas apontou hoje falhas na Europa em matéria de interoperabilidade, mas afastou, para já, uma migração total da bitola ibérica para a europeia face à dimensão do investimento.
“A organização deste comboio [‘Conecting Europe Express’] mostrou bem as dificuldades que nós ainda temos na Europa em matéria de interoperabilidade. Há um caminho ainda muito longo a ser feito a esse nível”, afirmou Pedro Nuno Santos, que falava aos jornalistas, na Gare do Oriente, em Lisboa, antes da partida do comboio.
A viagem do ‘Conecting Europe Express’, que foi organizada no âmbito do ano europeu do transporte ferroviário, tem hoje início em Lisboa e termina em Paris no dia 07 de outubro.
Contudo, o ministro notou que a transição da bitola ibérica para a europeia, que se relaciona com a largura dos carris e que está também dependente de Espanha, não é o único problema.
Em causa, está, por exemplo, um conjunto de diferenças administrativas, sendo que a Comissão Europeia está a preparar uma proposta para resolver estes obstáculos.
Ainda no que se refere à bitola, o governante adiantou que, até agora, o Governo espanhol não apresentou nenhum plano tendo em vista fazer a migração para a europeia.
“O que era mais inteligente, para nós [Portugal], era fazer uma infraestrutura com bitola ibérica, mas com travessas polivalentes, preparadas para, quando chegar a hora, fazer a migração”, precisou.
Pedro Nuno Santos defendeu ainda que uma migração total significaria um investimento de “dimensão tal” que tiraria disponibilidade financeira para “fazer outras coisas ainda mais importantes” em matéria de ferrovia.
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