Tiago Brandão Rodrigues falava à agência Lusa e ao DN após a inauguração e visita à Escola Básica Maria Barroso, instalada no antigo Tribunal da Boa-Hora, em Lisboa.
Numa breve declaração, o ministro assinalou que as provas foram realizadas com "tranquilidade e serenidade" em todas as escolas que o decidiram fazer hoje.
Até 09 de maio, as escolas têm liberdade para organizar as provas de aferição de expressões físico-motoras e artísticas.
As provas, criadas no âmbito do novo modelo de avaliação, não contam para a nota do aluno, mas visam, pela primeira vez, avaliar o seu desempenho nestas áreas curriculares.
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) criticou hoje os meios envolvidos nas provas, considerando que representam uma sobrecarga para os docentes, e reclamou o pagamento de trabalho extraordinário.
Em comunicado, a estrutura sindical lamentou que o processo de aferição das aprendizagens dos alunos se revista de "uma encenação que causa perturbação nas escolas", transformada "numa espécie de exames".
A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) classificou hoje como "uma brincadeira" a prova de expressões físico-motoras, alegando ter imprecisões.
A CNIPE assinalou, ainda, que muitos alunos não tiveram aulas de exercícios físicos durante o ano e que, em algumas situações, as crianças tiveram de se deslocar da escola habitual para realizar esta prova noutras instalações, por falta de equipamentos.
A Escola Básica Maria Barroso, que irá funcionar a partir do próximo ano letivo, tem capacidade para 150 alunos (100 do primeiro ciclo e 50 do infantário).
O estabelecimento, situado numa parte do edifício onde funcionou o antigo Tribunal da Boa-Hora, foi inaugurado na presença do primeiro-ministro, António Costa, no dia em que Maria Barroso completaria 92 anos, se fosse viva. A atriz, pedagoga, ativista política e social e mulher do político Mário Soares morreu a 07 de julho de 2015, ano e meio antes do marido e ex-Presidente da República.
Aos jornalistas, o ministro da Educação realçou o simbolismo do sítio onde está localizada a escola, paredes-meias com o imóvel onde funcionou o Tribunal Plenário, que julgou adversários políticos da ditadura de Salazar como Mário Soares e Álvaro Cunhal.
No sítio onde "as liberdades foram tolhidas" nasceu "uma escola pública", referiu Tiago Brandão Rodrigues.
O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, justificou, na sessão de discursos, a atribuição do nome de Maria Barroso à escola, gerida pela autarquia, como um gesto de reconhecimento da "portuguesa ímpar e exemplar".
Na inauguração da escola estiveram, entre outros, os filhos de Maria Barroso e Mário Soares, João e Isabel, a neta mais nova, que leu um pequeno poema, a ex-ministra da Educação Isabel Alçada, o ator Vítor de Sousa, os padres Vítor Milícias e Feytor Pinto e o bispo Januário Torgal Ferreira.
[Notícia atualizada às 23:17]
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