O Ministro da Defesa português chegou na quarta-feira à capital britânica para participar na reunião Ministerial de Defesa dedicada às operações de manutenção de paz das Nações Unidas, onde estarão representados mais de 70 países e organizações internacionais.
A sua presença, declarou na quarta-feira à agência Lusa, é a confirmação de uma "linha importante da política externa portuguesa deste governo, que resulta numa revalorização do papel das Nações Unidas. É um regresso às Nações Unidas num contexto de qualificação e num contexto geográfico que é inovador".
O ministro referia-se à participação portuguesa na missão da ONU na República Centro-Africana com cerca de 160 militares, que terá um investimento a rondar os seis milhões de euros por ano, valor que consumirá uma grande parte do orçamento para as Forças Nacionais Destacadas (FND) para 2017, mesmo que este, como deseja, venha a crescer.
"Consideramos que o reforço orçamental das Forças Nacionais Destacadas (FND), mesmo que seja retirado de outros setores da Defesa Nacional, tem vantagens que são facilmente comprovadas", vincou, referindo a internacionalização e os benefícios da colaboração com outras forças com melhor equipamento e maior experiência internacional.
"Através de um investimento relativamente razoável, qualificarmos e capacitarmos as nossas forças armadas e garantir-lhes um papel: ser um instrumento dos mais prestigiados das relações externas portuguesas", enfatizou Azeredo Lopes.
O ministro considera que "o comportamento errático e a pouca consistência política" do anterior governo só resultou numa "diminuição da capacidade de representação e de projeção" das forças armadas portuguesas através das FNB, seja em missões da ONU ou da NATO.
Depois de uma receção e jantar na quarta-feira, os trabalhos da reunião prosseguem hoje com várias alocuções, nomeadamente do ministro anfitrião, o britânico Michael Fallon.
Azeredo Lopes fará uma intervenção de 15 minutos numa sessão plenária de manhã que se vai centrar na discussão do pré e pós-destacamento das operações de manutenção de paz.
Em particular, segundo o gabinete do ministro, "será abordada a preparação e o treino das forças e a sua adaptação às especificidades de cada teatro operacional, a responsabilização crescente das lideranças e as ‘lições aprendidas' quanto à coordenação com organizações regionais, atores locais e no tocante à proteção de civis".
A reunião Ministerial de Defesa, que pretende refletir sobre as operações de manutenção de paz das Nações Unidas e as formas de melhorar o seu funcionamento e desempenho, pretende dar seguimento à Cimeira de Líderes dedicada à manutenção da paz, realizada nos Estados Unidos em setembro de 2015.
Além de fazer um balanço do que foi realizado desde a Cimeira de Líderes, esta conferência quer reforçar as promessas feitas no ano passado, melhorar o planeamento das operações de manutenção da paz e melhorar o desempenho em termos de qualidade dos militares envolvidos.
O evento fechará hoje à tarde, cerca das 16:00 horas, com a divulgação de uma declaração final, que deverá ser assinada pela maioria dos governos presentes.
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