Segundo avançaram fontes parlamentares à Lusa, a Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação aprovou por unanimidade os requerimentos do CDS-PP e do Bloco de Esquerda (BE) que pediam audições dos vários responsáveis sobre a situação da Groundforce.
Assim, o CDS tinha requerido as audições do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, do presidente do Conselho de Administração da Groundforce) e administrador da Pasogal, acionista maioritário, Alfredo Casimiro, e do presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, para explicações “sobre a TAP e Groundforce”.
Já o BE tinha pedido a audição das organizações representativas dos trabalhadores da Groundforce, bem como do Conselho de Administração da Groundforce e do ministro das Infraestruturas, sobre “a situação da Groundforce”.
Cerca de 500 trabalhadores da Groundforce manifestaram-se hoje em frente à residência oficial do primeiro-ministro para pedir ao Governo que não deixe a empresa cair e que se encontre uma solução para os 2.400 trabalhadores que não recebem desde fevereiro.
“Não deixem cair a Groundforce” é uma das palavras de ordem que os trabalhadores usaram esta manhã, nesta que foi uma das várias manifestações que os trabalhadores têm levado a cabo nos últimos dias.
O protesto acontece dias depois de ter sido conhecido que as negociações entre o acionista maioritário da empresa de ‘handling’ (assistência nos aeroportos), a Pasogal, e a TAP, para um adiantamento de dinheiro que serviria para pagar os salários em atraso e para um empréstimo de 30 milhões de euros, falharam, uma vez que as ações de Alfredo Casimiro já estão penhoradas e não podem ser dadas como garantia.
Ainda não se sabe qual será o futuro da empresa, mas os trabalhadores temem que seja pedida a insolvência.
Numa reunião com o ministro das Infraestruturas, na segunda-feira, a Comissão de Trabalhadores e os sindicatos da Groundforce ficaram a saber que as ações da Pasogal já estão penhoradas, não podendo ser dadas como garantia para receber um adiantamento da TAP de cerca de dois milhões de euros, para pagar os salários aos 2.400 trabalhadores, nem para um empréstimo bancário com aval do Estado de 30 milhões de euros, para fazer face às necessidades de tesouraria a curto e médio prazo.
Esta informação foi dada por Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, ao fim de vários dias de negociações com o Ministério das Infraestruturas, em que concordou ceder as ações como garantia para viabilizar a empresa.
Os órgãos representativos dos trabalhadores ficaram também a saber na reunião que o Governo “não descarta medidas para salvar a continuidade da empresa, mas também não descarta a insolvência” e que, sem a garantia da entrega das ações, não poderá haver injeção de capital.
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