“A visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros Lavrov a Genebra para participar no Conselho dos Direitos Humanos e na Conferência sobre o Desarmamento foi cancelada”, refere a mensagem divulgada nas redes sociais pela Representação russa, referindo ainda a proibição de voos comerciais russos na União Europeia.
A Ucrânia obteve na segunda-feira um amplo apoio a um debate urgente no Conselho dos Direitos Humanos da ONU sobre a invasão russa, em que Kiev vai pedir uma investigação às alegadas violações dos direitos humanos por parte de Moscovo.
Os ataques russos dominaram a abertura da 49.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, que decorre de hoje até 01 de abril, em que deveria participar o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
“A escalada das operações militares da Federação Russa na Ucrânia está a levar a um aumento das violações dos direitos humanos”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na abertura do Conselho, numa mensagem em vídeo.
“Ao longo da história, houve momentos de profunda gravidade, que dividiram o curso dos acontecimentos entre um antes e um depois, muito diferente, mais perigoso. Estamos num ponto de viragem”, disse por seu turno a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
Bachelet revelou ainda que a ONU tem registo de 102 mortos, incluindo sete crianças, e 304 feridos, desde o início da invasão russa da Ucrânia, e alertou que os números reais devem ser “consideravelmente” superiores.
Já a embaixadora ucraniana, Yevheniia Filipenko, disse que o balanço de que dispõe o Ministério da Saúde é de mais de 350 vítimas mortais, incluindo 16 crianças, e cerca de 1.700 feridos.
A invasão da Ucrânia pela Rússia será objeto de um debate de urgência no Conselho dos Direitos Humanos na quinta-feira, e o Governo ucraniano, apoiado por uma ampla coligação de países, pretende exigir a criação pela ONU de uma comissão internacional de inquérito, como existe para a Síria.
De acordo com o projeto de resolução, a Ucrânia solicita que peritos da ONU investiguem alegadas violações dos direitos humanos na Crimeia e nos territórios separatistas de Lugansk e Donetsk desde 2014, bem como no resto do país desde 2022.
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