Numa conferência de imprensa, o comandante da missão, o general Daniel Sidiki Traoré, anunciou que a missão “suspendeu o processo de rotação dos contingentes" e que "os que já se encontram no terreno realizarão as habituais tarefas de proteção”.

As autoridades da RCA anunciaram no passado sábado o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus, tratando-se de um italiano que tinha estado em Milão.

Mais de 30 países africanos reportaram casos de Covid-19, com mais de 400 casos confirmados no continente, principalmente no Egito, Magrebe e África do Sul, país que faz fronteira com Moçambique, segundo a consultora EXX África.

Nesse sentido, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na RCA, Severin Von-Xylander, assinalou que o país enfrenta uma pandemia.

“Todas as pessoas são afetadas, porque o vírus não diferencia com base na cor, na pele ou na afiliação religiosa", referiu o responsável, que acrescentou que a organização está “preocupada” e que continua a "apoiar o Ministério da Saúde”.

Os responsáveis da MINUSCA presentes na conferência de imprensa, como a representante especial adjunta do secretário-geral da ONU, Denise Brown, enfatizou o compromisso da missão em colaborar com as autoridades locais na prevenção e contenção da pandemia de Covid-19 em território centro-africano.

O diretor científico do Instituto Pasteur de Bangui apontou que tem havido uma “cooperação de forma transparente” entre a MINUSCA e Ministério da Saúde, tendo sido criado um centro de isolamento para pacientes com coronavírus.

A presença da missão foi elogiada pelo ministro da Saúde Pública, Pierre Somsé, que destacou a apoio logístico prestado.

Em 11 de março, a MINUSCA tinha já admitido a sua disponibilidade para colaborar com as autoridades do país em medidas preventivas contra a pandemia de Covid-19.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 82.500 recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Portugal está presente na RCA desde o início de 2017. A 7.ª Força Nacional Destacada, constituída por 180 militares, partiu na semana passada para o país, de forma a integrar a missão da ONU durante seis meses.

De acordo com uma nota publicada na página na internet do Estado-Maior-General das Forças Armadas portuguesas, este contingente é composto maioritariamente por paraquedistas, mas também integra “militares de outras unidades do Exército e ainda três controladores aéreos avançados da Força Aérea”.

Os militares da 7.ª Força Nacional Destacada vão constituir a Força de Reação Rápida ao serviço da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da RCA (MINUSCA, na sigla inglesa).