A segunda reunião técnica conjunta, durante a qual foi discutida, em Lisboa, a proposta apresentada por Cabo Verde sobre mobilidade entre os Estados-membros da organização terminou com boas perspetivas, disse à saída do encontro o embaixador cabo-verdiano junto da CPLP, Eurico Monteiro.
Primeiro, porque não houve de nenhum Estado uma rejeição global da proposta, segundo porque todos os Estados-membros têm participado na discussão do projeto e apresentado sugestões para melhorar o texto, e, por fim, pela “urgência” que têm manifestado nesta discussão, elencou Eurico Monteiro.
“Estivemos a tratar nestes dias desta matéria tão complexa e os Estados já tiveram a preocupação de agendar uma próxima reunião, daqui a menos de um mês, em 27 e 28 de junho, para prosseguirmos a discussão e ter um documento que possa vir a ser apresentado no próximo Conselho de Ministros” dos Negócios Estrangeiros da CPLP, em 19 de julho, na cidade do Mindelo, em Cabo Verde, adiantou.
Agora, “é preciso um tempo para amadurecer e analisar as propostas e contrapropostas, para consolidar num documento final”, continuou o embaixador, sem detalhar quais as matérias que podem gerar mais controvérsia, mas destacando que a proposta “engloba um vasto leque de soluções”.
Também o secretário executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, sublinhou que “houve avanços” que se repercutem na sequência dada à discussão, com a agendamento de uma nova reunião para “limar arestas”.
Se antes havia reservas ou objeções de alguns países, a reunião acabava por não ter continuidade, assinalou Francisco Ribeiro Telles.
“Um dos dados mais relevantes desta reunião é que se avançou sobre um texto que Cabo Verde apresentou e, ao contrário do passado, em que havia uma reunião e havia objeções de fundo e a reunião acabava aí, agora a perspetiva de haver já outra reunião para se continuar a trabalhar num texto conjunto para depois se submeter aos ministros é um ótimo sinal”, destacou o diplomata.
Ribeiro Telles comparou a adoção de um modelo “flexível e gradual” para a mobilidade com o que se passou com a União Europeia, que “fez grandes avanços na geometria variável” da União Europeia a várias velocidades.
“É um pouco o que poderá vir a acontecer”, sugeriu.
Na reunião estiveram presentes mais de 30 técnicos dos ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Justiça e da Administração Interna dos nove Estados-membros da CPLP (Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).
Comentários