“TAP: Ministros moribundos nas teias do poder absoluto e um PM a vender os milhões do PRR [Programa de Recuperação e Resiliência] conduzido pelos seus inefáveis publicitários”, escreveu esta manhã, na rede social Twitter, o líder social-democrata.
Segundo Montenegro, o primeiro-ministro “pode assobiar para o lado”, mas o PSD “exige explicações e consequências”.
Já na quarta-feira, o presidente do PSD tinha exigido ao primeiro-ministro que prestasse esclarecimentos urgentes sobre os desenvolvimentos na comissão de inquérito à TAP, e considerou que os ministros das Finanças, Infraestruturas e Assuntos Parlamentares estão “moribundos e diminuídos politicamente”.
“Os portugueses merecem e exigem com urgência uma posição pública do primeiro-ministro face a estes acontecimentos na TAP”, afirmou Luís Montenegro, numa declaração na sede do PSD, no Porto.
“De que tem medo o doutor António Costa para prestar esses esclarecimentos ao país?”, questionou, na sua intervenção de quarta-feira.
O líder do PSD vincou que António Costa tem obrigação de dar explicações ao país porque governar é assumir responsabilidade e não sacudi-las para outros.
“Doutor António Costa não se esconda atrás dos 50 assessores e especialistas de comunicação que lhe dizem para nunca falar da TAP”, pediu Montenegro.
A comissão de inquérito à TAP teve esta semana as audições da presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmiéres-Widener, e da ex-administradora Alexandra Reis.
A presidente executiva (CEO) da TAP disse na noite de terça-feira que estava à espera de ser despedida, mas não por justa causa, após uma reunião com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, na manhã da conferência de imprensa do anúncio da exoneração.
A CEO da empresa revelou ainda que, na véspera, se reuniu com o ministro das Finanças, Fernando Medina, e que este lhe pediu que se demitisse, apesar do reconhecimento do “trabalho fantástico” da gestora.
No dia seguinte (quarta-feira), Alexandra Reis disse não ter dúvidas que foi a vontade da CEO da TAP que levou à sua saída, embora tenha dúvidas quanto às razões, garantindo que não falou sobre a saída da empresa nem sobre a indemnização de meio milhão de euros com o ministro das Finanças quando foi convidada para o Governo.
A antiga administradora afirmou ainda que teria renunciado aos cargos na TAP sem contrapartida se o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos ou o ex-secretário de Estado Hugo Mendes lhe tivessem dito que preferiam que renunciasse.
Sobre a indemnização, Alexandra Reis disse aos deputados que insistiu pelo menos três vezes com a TAP para saber qual o montante líquido a devolver da indemnização de meio milhão de euros, estando ainda a aguardar informação.
Comentários