“Faz sentido acreditar naqueles que, quando tiveram o instrumento na mão, não o utilizaram para resolver o assunto e agora, em cima da eleições, vêm dizer quer vão fazer tudo diferente daquilo que prometeram lá trás”, questionou o líder social-democrata.

Luís Montenegro discursava durante uma ação de pré-campanha para a eleições legislativas de 10 de março da Aliança Democrática (AD), realizada no pavilhão de exposições de Penafiel, no distrito do Porto, onde também esteve presente o líder do CDS-PP, Nuno Melo.

Luís Montenegro falava a propósito da recuperação do tempo de serviço dos professores, que faz parte do programa da AD, e que os socialistas prometem agora concretizar se forem de novo Governo.

“Outros há que tiveram oito anos na mão a esferográfica para poderem assinar o diploma que iria conferir essa recuperação, não o fizeram, disseram que não havia condições e, agora que há eleições, já há condições, já há uma resposta, já tudo é mais fácil”, salientou.

O líder do PSD prometeu ainda, se a AD vencer as eleições, valorizar a carreira dos professores, dando-lhes também condições de trabalho, tirando-lhes burocracia e dando-lhes autoridade, para “atrair mais docentes para a escola pública e para dar resposta aos alunos”.

Para o presidente do PSD, “essa tirada de que [os socialistas] são fazedores, de que são muito dinâmicos, é só conversa, porque, quando era preciso essa capacidade de ação, ficaram calados”.

Em registo de campanha eleitoral, o líder social-democrata questionou também o secretário-geral do PS se “está assim tão arrependido de ter feito parte dos últimos governos e se está assim a considerar tão mau o desempenho do seu antecessor como secretário-geral do PS”.

Luís Montenegro prometeu que a Aliança Democrática está a trabalhar para “construir um país mais rico, que dá mais oportunidades aos seus filhos”.

“Não temos de estar resignados a empobrecer, face a um Estado que asfixia a sociedade, a vida das pessoas, e lhes tira grande parte dos seus rendimentos e lhes entrega serviços com pouca qualidade”.

Os portugueses, acrescentou, são capazes de fazer “muito mais do que o que foi feito nos últimos anos”, considerando que os impostos estão a ser um bloqueio à criação de riqueza.

“Quase metade daquilo que as pessoas produzem com o seu trabalho vai para o Estado. Isso não incentiva o trabalho, não incentiva à produtividade”, considerou, sinalizando que a prioridade da AD será baixar impostos, porque isso é “olhar para a qualidade de vida das pessoas e para o desenvolvimento do país”.

“Este novo contrato social vai restabelecer a confiança dos cidadãos nos serviços públicos”, argumentou, destacando que investir nos professores e nos alunos garantirá na escola pública “igualdade de oportunidade a todos”.

Luís Montenegro falou também da frustração dos portugueses com os poderes públicos, por não darem resposta às suas expectativas.

“Nós não vamos poder resolver tudo, mas há muitos problemas que vão ser resolvidos”, disse, prometendo um programa de emergência na saúde, para melhorar a medicina familiar, diminuir as listas de espera nas consultas e cirurgias e melhorar um serviço de urgência que não responde ao essencial.