“Nós não vamos poder estar eternamente à espera de um impulso que é inevitável. Eu sei que temos de garantir a fidedignidade do voto, que temos de garantir que a vontade popular não é adulterada, mas já confiamos em muitas tecnologias para muitas coisas tão ou mais importantes do que essa”, referiu.

Luís Montenegro falava durante o encontro de verão das Comunidades Portuguesas do PSD, realizado num hotel em Albufeira, no distrito de Faro, e que contou com representantes das comunidades de Canadá, África do Sul, França, Bélgica, Suíça, Reino Unido e Brasil.

Segundo o líder do PSD, depois de a proposta da implementação do voto eletrónico de forma não presencial ter chumbado no parlamento, o partido inscreveu no seu projeto de revisão constitucional a possibilidade de a lei eleitoral consagrá-lo em Portugal.

“O país tem de olhar para isto e tem de olhar para isto, sobretudo, até porque cada vez são menos as pessoas que participam politicamente”, sublinhou, acrescentando que tem de haver “um acerto da representatividade das comunidades” nos atos eleitorais.

Para o presidente do PSD, o processo, que não tem sido consensual, mereceu também a oposição do PS, que, segundo Luís Montenegro, “quer as comunidades afuniladas” para ver “se as controla melhor”, pois “quanto menos forem, mais fáceis são de controlar”

Luís Montenegro disse ainda que Portugal tem de preparar-se para as próximas eleições europeias, que se realizam em 9 de junho de 2024, data que tem sido criticada por, no caso de Portugal, ser véspera do feriado do Dia de Portugal e coincidir com um fim de semana prolongado.

“O país tem de se preparar para esse dia e está a preparar-se. Nós vamos, pelo menos, aparentemente, garantir o voto em mobilidade, isto é, vamos poder votar não apenas no local da nossa residência, mas no local onde nos encontramos”, referiu.

Mas, lamentou, “teve de haver umas eleições que foram marcadas na Europa, que calharam a um dia que é efetivamente problemático para o país”, para se dar este passo, caso contrário isso não teria acontecido.

“Aquilo que nós queremos é que o país seja capaz de dar esses passos sem ser com as calças na mão, à última da hora, para resolver um problema imediato”, salientou.