Hoje começou o 42.º Congresso Nacional do Partido Social Democrata (PSD). Com a presença do presidente do partido e primeiro-ministro, o discurso de Montenegro começou logo por recordar o que disse ao partido há dois anos.

“Todos acabámos por compreender aquilo que vos disse no dia 1 de julho de 2022. Não são os eleitores que se enganam. Somos nós que temos de mostrar os méritos das nossas propostas e o mérito das nossas governações”, salientou. Montenegro pediu logo de seguida ao partido que parta para as eleições autárquicas “com este espírito e com esta atitude” que levou o PSD novamente ao Governo.

“Os princípios são os mesmos: pôr de lado os interesses ou as vaidades pessoais. Abrir as candidaturas à sociedade. Ouvir e sentir o pulsar da comunidade e apresentar equipas, candidatos e projetos credíveis”, apelou, antecipando as eleições autárquicas.

O presidente do PSD considerou também que o seu Governo está a fazer a diferença face aos executivos socialistas com medidas para a administração pública, classe média e cidadãos mais pobres, e recusou estar a distribuir benesses. Este objetivo de traçar uma linha de demarcação em relação aos anteriores governos liderados pelo socialista António Costa foi a principal linha da fase inicial do discurso com que Luís Montenegro abriu o Congresso Nacional do PSD em Braga.

Na sua intervenção, o líder social-democrata salientou que o seu Governo, ao contrário dos anteriores, resolveu questões que se arrastavam e que atingiam setores profissionais como o dos professores, oficiais de justiça, polícias, médicos ou enfermeiros, entre outros.

“A política é das pessoas e é para as pessoas, a nossa política não é falar e decidir primeiro e pensar a seguir. A nossa política é ouvir, refletir, pensar e depois decidir - decidir com responsabilidade, com coragem e com sentido de justiça. Não acertamos sempre, mas também não andamos aos ziguezagues”, defendeu.

De acordo com o primeiro-ministro, em seis meses o seu Governo valorizou carreiras da administração pública, visando sobretudo os destinatários desses serviços: As pessoas, famílias, empresas e instituições.

“Quando nos dizem que somos iguais àqueles que aqui estiveram antes de nós, olhem para as decisões tomadas e percebam que ao serem executadas estamos a fazer diferente e estamos a fazer a diferença”, reforçou.

“É uma política de valorização do trabalho. Um incentivo para se produzir mais, um impulso para uma economia mais produtiva, capaz de criar mais riqueza. Por mais que tentem, em tudo isso nós não somos iguais àqueles que estiveram aqui antes de nós. Nós somos diferentes e nós estamos a fazer a diferença”, acrescentou.

Com a presença de várias personalidades da esfera do PSD, Luís Marques Mendes, Carlos Moedas e Pedro Santana Lopes estiveram presentes. Marques Mendes e Moedas, que se mantém com Maria Luís Albuquerque nos primeiros lugares da lista ao Conselho Nacional. Ambos, tiveram discursos semelhantes, na medida em que, ambos foram a Braga entregar "abraços" a Montenegro.

“Venho aqui por duas razões muito simples. Uma afetiva e outra política. Uma razão afetiva porque é a minha família politica e eu já estive em congressos anteriores com Luis Montenegro, com Rui Rio e, portanto, sempre que pude vim aos congressos (…) e uma razão de natureza política. Eu venho aqui especialmente para dar um abraço a todo o partido mas sobretudo a Luis Montenegro”, disse Marques Mendes.

Sobre se vai ou não candidatar-se à Presidência da República, Marques Mendes responde ao SAPO24 "está tudo em aberto". O ex-presidente do PSD tem vindo a mudar a sua posição em relação a esta matéria e, em dois anos, deixou de negar a hipótese em absoluto para passar para um talvez.

“Mas quero sublinhar que a candidatura presidencial é uma decisão individual, às vezes quase solitária, e sobre essa matéria eu falarei, sem dúvida, quando tomar uma decisão em 2025”, apontou.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou em entrevista à SIC que Marques Mendes "encaixa bem no perfil que está na minha moção de estratégia e que será apreciada no próximo Congresso. Não é o único, mas é um daqueles que encaixa melhor nesse perfil”, afirmou.

Pedro Santana Lopes também tocou nesse assunto, com o atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz a explicar que o seu nome é mais "camarário presidencial, camarário autárquico". Quando questionado se já desistiu da possibilidade de vir a ser candidato à Presidência da República, respondeu: "Ainda não é tempo para isso. Mas não, o mais natural na minha vida é a recandidatura autárquica".