“O Governo tem tomado um conjunto de iniciativas no sentido de construir uma solução para Lisboa, integrando o aeroporto existente na margem norte com o novo aeroporto na margem sul e, em função daquilo que é a evolução do tráfego, é a única solução possível no contexto”, disse.
“Temos muito pouco tempo para termos uma decisão tomada, a partir de anos em que as decisões foram sempre evoluindo de uma forma muito pouco estruturada. Portanto, esta é a única solução plausível do ponto de vista daquilo que são os tempos que nós temos pela frente”, acrescentou.
O secretário de Estado da Economia falava aos jornalistas à margem da sessão de abertura do segundo dia da cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, que está a decorrer no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, até domingo.
João Neves acrescentou ainda que as infraestruturas de que Portugal dispõe são “limitadas” em relação “àquilo que é uma perspetiva de crescimento” do tráfego aéreo e das atividades industriais.
“Portanto, é óbvio que Portugal tem que fazer decisões que tenham que ver com o aumento da capacidade, porque só com esse aumento é que nós nos podemos sustentar, não só da nossa atividade industrial, mas também daquilo que é muito importante para o país que é uma atividade turística que tem um grande relevo na nossa economia e que só pode ser sustentada a partir de infraestruturas modernas eficientes”, defendeu.
No decorrer da sua intervenção na sessão de abertura do segundo dia da cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, João Neves recordou que o mercado aeronáutico europeu “está a crescer 11% ao ano”, e Portugal “afirma-se como uma geografia cada vez mais apetecível”, com condições de mercado “muito competitivas”.
“Ao nível nacional, o tráfego aéreo comercial tem apresentado valores de crescimento anual acima dos dois dígitos, é pois um setor em franca expansão”, sublinhou.
O secretário de Estado defendeu ainda que a “missão” de Portugal nos próximos tempos vai passar por dar resposta ao mercado, adaptando-se a novas tecnologias.
“Para Portugal a missão deverá passar por dar resposta ao mercado cada vez mais competitivo, pela adaptação à crescente utilização de tecnologias, nomeadamente na utilização de veículos aéreos não tripulados e pela criação de condições para o ganho de valor e escala na cadeia de abastecimentos, afastando-a de competidores com preços mais baixos”, disse.
Em meados de abril, a ANA – Aeroportos de Portugal anunciou estar concluído o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do aeroporto do Montijo, mas as conclusões não são ainda conhecidas, nem pelos ambientalistas nem pelos deputados.
A ANA e o Estado assinaram em 08 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa (Humberto Delgado) e transformar a base aérea do Montijo no novo aeroporto de Lisboa.
Em 04 de janeiro, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que vão ser integralmente cumpridas eventuais medidas de mitigação definidas no estudo de impacto ambiental.
O primeiro-ministro, António Costa, por seu turno, afirmou que apenas aguarda o EIA para a escolha da localização do novo aeroporto ser "irreversível".
Em 11 de janeiro, António Costa admitiu que "não há plano B" para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o EIA chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que "não haverá aeroporto no Montijo" se o EIA não o permitir.
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