“Este local é muito marcante. Durante a campanha anterior vim cá, prometi que havia de fazer um bairro social, que [os moradores do D. Leonor] não saíam daqui e que iria realizar aquilo que era uma promessa sempre adiada a estas pessoas”, afirmou o presidente da autarquia, Rui Moreira, que se recandidata ao cargo pelo movimento “O nosso partido é o Porto”.
Acrescentou, porém, que “o facto de estar atrasada a construção do novo complexo habitacional, devido a "uma enorme burocracia", “prova de que quatro anos não chegam”.
Para Moreira, que conta com o apoio formal do CDS-PP nesta sua recandidatura, "devia ser possível" concretizar num mandato o projeto para o Rainha D. Leonor, mas “há uma enorme burocracia” que “depois leva a que não se consiga cumprir o programa”.
Rui Moreira referiu-se ao processo do projeto definido para o bairro, sublinhando que houve quatro ações em tribunal contra a autarquia, com efeitos suspensivos, e que, apesar de a câmara ter vencido todas, criaram atrasos no arranque e concretização do mesmo.
O independente destacou que, apesar de todos os atrasos, "as pessoas acreditaram” que a câmara “estava de boa-fé” e esse facto justifica também a escolha do local para a primeira ação de rua, após ter anunciado, no sábado, a sua recandidatura.
Rui Moreira, acompanhado de alguns elementos da sua lista de candidatura e de candidatos do seu movimento à junta de freguesia de Lordelo do Ouro e Massarelos, onde se situa o bairro, adiantou aos jornalistas que “falta fazer imensa coisa” no âmbito da habitação na cidade.
“Temos que continuar com a recuperação de bairros”, disse, acrescentando que o do Cerco “precisa de uma enorme intervenção”.
Mas a manutenção do edificado de outros bairros sociais é necessária, o que indica que a câmara vai “precisar de ter sempre uma verba disponível” para isso, que representa cerca de "oito ou nove milhões de euros por ano".
O candidato reafirmou a sua preocupação com a necessidade de a autarquia precisar, a partir de agora, de intervir numa “nova política de habitação”, num “mercado que nunca antes tinha tocado”, que dê resposta aos habitantes que, não tendo hipótese de conseguir uma habitação social, por terem rendimentos, “não encontram” casa “a preços razoáveis, em função do seu poder de compra”.
A taxa turística, que Moreira defende que seja introduzida na cidade já no início de 2018, será uma medida que se destina a dar resposta ao problema, disse, lembrando que é preciso “não estragar as contas à moda do Porto”.
Depois de ultrapassados os processos judicias, de já terem sido demolidos dois dos cinco blocos do bairro Rainha D. Leonor e de o Tribunal de Contas já ter dado o seu aval ao projeto, a construção das novas habitações sociais arrancará muito em breve, disse, sendo que o prazo de conclusão da empreitada é de 18 meses.
No âmbito do “modelo virtuoso e bem desenvolvido” para este bairro, Rui Moreira afirmou que vai ser possível ter “um bairro novo que permite às 52 famílias ficarem” no local e vai ser ainda possível dispor de mais 20 habitações sociais, sendo que o privado que venceu o concurso terá também “habitação para vender” no mercado.
Os custos de demolição dos blocos e de construção do novo complexo habitacional ficam a cargo do parceiro privado. Como contrapartida, a Câmara do Porto deu o terreno.
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