Dinkins, um democrata, foi eleito em 1990 com grandes esperanças de mudar as coisas, mas tornou-se num para-raios de críticas durante o tumultuoso mandato, especialmente depois de ter lidado com um motim na Brooklyn.
Só anos mais tarde começou a receber algum crédito pelos seus esforços para reduzir a taxa do crime na cidade, curar divisões e estabelecer as bases para o lugar próspero e ideal para turistas que se tornou a cidade de Nova Iorque.
Dinkins morreu na noite de segunda-feira aos 93 anos, poucas semanas após a morte de sua esposa, Joyce, que faleceu em outubro aos 89 anos.
“David Dinkins acreditava que poderíamos ser melhores, acreditava que poderíamos superar nossas divisões”, afirmou hoje o atual ‘mayor’ de Nova Iorque, Bill de Blasio, seu ex-funcionário.
Dinkins era uma pessoa calma e cortês e foi totalmente diferente de seu antecessor Ed Koch e de seu sucessor Rudy Giuliani, dois políticos combativos e muitas vezes rudes numa cidade que tem a reputação de ser impaciente.
No seu discurso de posse, Dinkins falou com amor de Nova Iorque “como um lindo mosaico de raça e fé religiosa, de origem nacional e orientação sexual, de indivíduos cujas famílias chegaram ontem e gerações atrás, vindo da Ilha Ellis ou do Aeroporto Kennedy ou de autocarro com destino à Autoridade Portuária”.
Mas a cidade que herdou também tinha um lado feio e a sua abordagem discreta e ponderada rapidamente foi considerada uma falha com os criticos a acusarem-no de ser muito lento e mole.
“Dave, faça algo!” lia-se numa manchete do jornal New York Post, em 1990, o primeiro ano de Dinkins no cargo.
No seu mandato, Dinkins aumentou os impostos para contratar milhares de policias, gastou milhares de milhões de dólares para revitalizar casas abandonadas e fez com que a Walt Disney Corp. investisse na limpeza da então decadente Times Square.
Em 2015, Blasio, que trabalhou na administração de Dinkins, deu o seu nome ao Edifício Municipal de Manhattan em homenagem ao seu mentor.
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