"Ontem (sexta-feira) acabaram de o matar. Fabián ficou doente há mais de dez anos. Resistia a morrer para poder denunciar a prática agrícola genocida que o destruiu", disse este sábado à AFP Medardo Avila, membro da Rede de Médicos de Povos Fumigados, com quem partilha essa luta.

Com uma filha, Tomasi dedicou os últimos anos da sua vida a gerar consciência sobre o perigo da utilização de pesticidas e até se deixou fotografar doente e esquelético como parte de sua militância, lembrou Avila.

"Estamos com muita dor e muito indignados com a sua morte. Temos um sistema de produção que polui meio país", denunciou o médico ativista.

Nos seus testemunhos, Tomasi relatava que nunca havia usado proteção em seu trabalho, porque ninguém o advertiu sobre o risco de manipular glifosato. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse pesticida usado para os cultivos com sementes transgénicas é, provavelmente, cancerígeno.

"Vai fazer com que não reste ninguém. Toda terra que temos não vai chegar para sepultar tanta morte", disse em entrevista à AFP há alguns meses.

Por causa da doença Fabián já não podia ingerir alimentos sólidos, perdia massa muscular e tinha dores nas articulações que lhe limitavam a mobilidade.

Fabián começou a trabalhar com agroquímicos em 2005 para uma empresa fumigadora da província de Entre Ríos (centro-este), localidade onde morreu.

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