Nascido em Angola, em 1943, Álvaro Henrique Fernandes foi, aos 31 anos, o oficial de ligação entre o Posto de Comando da Pontinha do Movimento das Forças Armadas, que derrubou a ditadura no 25 de Abril de 1974, e foi um dos fundadores da Frente de Unidade Revolucionária (FUR).

Esteve ao lado de Otelo Saraiva de Carvalho, o estratego do 25 de Abril, no Comando Operacional do Continente (COPCON), e teve um papel ativo durante os acontecimentos do Processo Revolucionário em Curso (PREC).

Em setembro de 1975, Álvaro Fernandes distribuiu, por ordem de Otelo, “por diversas unidades de Lisboa, parte do armamento” recebido de Angola para “as mãos de operários e camponeses”, cerca de 1.500 G3, segundo reivindicou mais tarde, como recorda o “site” dos veteranos da Guerra do Ultramar (http://ultramar.terraweb.biz/).

Após estes acontecimentos, passou à condição de desertor do Exército e refugiou-se em Paris, onde obteve o estatuto de "refugiado político", lê-se ainda no “site”.

Foi autor de quatro livros, entre eles “Portugal – nem tudo está perdido” (ed. Ulmeiro, 1976).

O velório de Álvaro Fernandes decorre hoje na Igreja da Parede, Lisboa, e o funeral realiza-se na terça-feira de manhã.