"Yahya Sinwar foi morto em Rafah pelos bravos soldados das Forças de Defesa de Israel", declarou Netanyahu num vídeo divulgado por seu gabinete, acrescentando que, "embora não seja o fim da guerra na Faixa de Gaza, é o começo do fim”.
O chanceler Israel Katz apontou Sinwar como “responsável pelo massacre e pelas atrocidades de 7 de outubro de 2023”, referindo-se à incursão de comandos islamitas em Israel que gerou o conflito atual na Faixa de Gaza.
O Hamas não confirmou a morte do seu líder, mas a representação do Irão na ONU publicou hoje na rede social X que "o espírito de resistência fortalecer-se-á. Ele será um modelo para jovens e crianças, que levarão adiante o seu legado pela libertação da Palestina. Enquanto a ocupação e agressão existirem, a resistência vai persistir, pois o mártir continua vivo e uma fonte de inspiração."
Durante a noite, a polícia informou que o corpo de Sinwar tinha chegado a um necrotério de Telavive para "exames complementares".
"Hoje o mal sofreu um duro golpe", mas a guerra em Gaza "ainda não terminou", afirmou Netanyahu, que prometeu que os sequestradores dos reféns mantidos em Gaza há mais de um ano salvarão as suas vidas se os libertarem.
Com 61 anos e chefe desde 2017 do movimento islamista palestiniano em Gaza, foi nomeado chefe político do Hamas no início de agosto, após a morte de Ismail Haniyeh, assassinado em 31 de julho, em Teerão, num atentado atribuído a Israel.
A questão da libertação dos reféns em poder do Hamas ganhou destaque dentro e fora de Israel após a morte de Sinwar. Netanyahu e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, consideraram que a eliminação do líder do Hamas oferece "uma oportunidade para promover a libertação dos reféns" e concordaram em "cooperar para alcançar esse objetivo", indicou o gabinete do primeiro-ministro israelita em um comunicado.
Israel "não vai parar" até capturar todos os autores do ataque de 7 de outubro e conseguir o regresso de "todos os reféns", afirmou o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi. Já o Fórum das Famílias, principal associação de familiares de reféns israelitas, declarou que a morte de Sinwar ajudará a "garantir" o regresso dos sequestrados em poder do movimento islamista.
Na incursão de 7 de outubro, os milicianos islamitas mataram 1.206 pessoas em território israelita, a maioria civis, e capturaram 251 reféns, segundo um levantamento com base em dados oficiais israelenses. israelitas, 97 reféns permanecem em Gaza, embora o exército israelita considere que 34 deles estejam mortos.
A ofensiva israelita lançada em resposta contra Gaza deixou até o momento 42.438 palestinianos mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Além das duras condições humanitárias e da devastação do território, a guerra impactou drasticamente a economia. Quase toda a população de Gaza "vive na pobreza", alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) num relatório.
O anúncio da morte de Sinwar ocorre semanas depois de Israel ter assassinado o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num bombardeamento no Líbano, onde o exército israelita lançou, em 23 de setembro, uma ofensiva aérea, que foi reforçada por operações terrestres uma semana depois.
Nos últimos meses, outros comandantes do Hezbollah, uma grupo apoiado pelo Irão, foram assassinados. Israel afirmou há meses que matou Mohammed Deif, o chefe militar do Hamas, embora o movimento islamista palestiniano não tenha confirmado a informação. Deif foi acusado de planear com Sinwar o ataque de 7 de outubro de 2023.
A morte de Sinwar ocorre num contexto explosivo no Médio Oriente, onde Israel tem várias frentes abertas. A intensificação dos combates com o Hezbollah, aliado do Hamas, somou-se ao conflito na Faixa de Gaza.
O Hezbollah anunciou na noite de hoje que "entra numa nova etapa, uma fase de escalada do confronto com o inimigo israelita", e que usa pela primeira vez mísseis guiados de precisão.
O Exército israelita bombardeou nesta quinta-feira a cidade libanesa costeira de Tiro, conforme imagens da AFPTV, após Israel ter emitido um aviso para que a área fosse evacuada.
Israel indicou que perdeu cinco soldados em "combates" no Líbano, somando um total de 19 baixas desde o início da ofensiva. Telavive também bombardeou a cidade síria de Latakia, num ataque que, segundo afirmou, procurava destruir uma instalação do Hezbollah.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, realizaram vários ataques com bombardeiros B-2 contra instalações subterrâneas no Iémen, controladas pelos rebeldes huthis para armazenar armamento.
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