“Segundo a informação do comissário militar de Moscovo, as tarefas de mobilização parcial, assentes num decreto presidencial e instruções do ministério da Defesa, foram concluídas na sua totalidade”, indicou o responsável moscovita.

Sobianin precisou que os pontos de recolha dos mobilizados encerraram hoje pelas 14:00 locais (12:00 em Lisboa). “As convocatórias enviadas no decurso do processo de mobilização ao local de residência e empresas deixam de ser válidas”, acrescentou, citado pela agência noticiosa russa Interfax.

Na semana passada, as autoridades russas confirmaram que 220.000 pessoas foram recrutadas no âmbito da “mobilização parcial” decretada no país, e com um objetivo inicial de 300.000 mobilizados.

A “mobilização parcial” decretada por Putin originou manifestações em Moscovo e outras cidades russas, incluindo São Petersburgo, apesar das advertências das autoridades.

Em paralelo, o ministério da Defesa da Bielorrússia anunciou hoje que a Rússia enviará cerca de 170 tanques, até 200 veículos blindados de combate e perto de 100 peças de artilharia e morteiros para a fronteira sul da Bielorrússia, que separa o país da Ucrânia.

Previamente, a Defesa revelou que o exército bielorrusso assumiu também hoje a proteção de infraestruturas críticas na fronteira com a Ucrânia, incluindo pontes, vias ferroviárias e cruzamentos rodoviários, para evitar “sabotagens e provocações”, assinalou o ministério da Defesa bielorrusso.

“Com o objetivo de evitar sabotagens e provocações foram protegidas pontes, cruzamentos, vias férreas, e foram instalados postos de controlo com armas ligeiras e equipamento militar”, indicou o ministério em comunicado na sua conta Telegram.

Minsk também aguarda a chegada de pelo menos 9.000 soldados russos que vão integrar o agrupamento militar conjunto da União estatal da Rússia e Bielorrússia, e perante o aumento das tensões na vizinha Ucrânia, invadida por Moscovo em fevereiro passado.

O vice-ministro bielorrusso da Defesa e cooperação militar internacional, coronel Valeri Revenko, esclareceu hoje perante 19 adidos militares estrangeiros as atividades para garantir a segurança do país “na atual situação político-militar”.

Revenko argumentou que o alto nível de tensão em torno da Bielorrússia tornou necessária a adoção de um conjunto de medidas estratégicas adicionais de contenção, destinadas a evitar a “desestabilização da situação e desencadear uma agressão militar”.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, desencadeando uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será consideravelmente elevado.