Uma equipa de médicos dos Estados Unidos aplicou a técnica (no México) para garantir que o bebé não herdasse uma doença genética da sua mãe, de origem jordana. A mãe já tinha perdido duas crianças devido a uma doença rara, o síndroma de Leigh, que afeta o sistema nervoso quando este está a desenvolver-se.

A  revista científica britânica New Scientist revela que a criança chama-se Abrahim Hassan e possui o ADN do pai e da mãe bem como uma pequena quantidade do código genético de uma dadora.

Apesar de a mãe estar saudável, os genes da doença permanecem no seu ADN, pelo que o casal recorreu a esta técnica pioneira para que não passasse ao filho.

Os especialistas, liderados por John Zhang, usaram o procedimento para criar cinco embriões, mas apenas um estava saudável, pelo que apenas esse foi implantado.

A "técnica dos três pais", desenvolvida em Newcastle (Reino Unido), combina o ADN dos dois pais com a mitocôndria saudável de uma mulher dadora. Apenas cerca de 0,2% da carga genética da dadora passa para o embrião, o que não interfere com as características essenciais de um indivíduo.

No decorrer do processo, são fertilizados dois óvulos, um da mãe e outro da dadora, com espermatozoides do pai. Depois o núcleo dos dois óvulos resultantes é retirado, mas apenas é guardado o que foi criado pelos pais e esse núcleo é introduzido no embrião da dadora, no lugar do núcleo que foi retirado.

O embrião que resulte desse procedimento é depois implantado no útero da mãe. A técnica permite que também a futura descendência do bebé criado com este procedimento fique livre de doenças mitocondriais (transmitidas pelo material genético da mãe).