Em simultâneo, a representante dos Estados Unidos na NATO, Kay Bailey Hutchison, disse que a Rússia deve interromper a construção de novos mísseis que possam transportar ogivas nucleares.
A responsável avisou Moscovo de que os Estados Unidos podem eliminar o novo sistema de mísseis caso se torne operacional, porque “poderiam alcançar qualquer” dos países aliados, “na Europa e América”.
A NATO argumenta que o novo sistema 9M729 compromete o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), assinado em 1987 pelos então líderes da União Soviética, Mikhail Gorbatchev, e dos Estados Unidos, Ronald Reagan.
Este pacto, assinado ainda em período de Guerra fria, prevê a eliminação de todos os mísseis de cruzeiro com um alcance de entre 500 e 5.500 quilómetros.
“A Rússia não forneceu respostas credíveis sobre este novo míssil. Todos os aliados estão de acordo que a avaliação mais plausível é que a Rússia está a violar o tratado. É urgente que a Rússia responda a estas preocupações de forma transparente”, assinalou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, no quartel-general da Aliança em Bruxelas.
Durante esta conferência de imprensa, que antecede a reunião dos ministros aliados agendada para quarta e quinta-feira na capital belga, Stoltenberg reiterou a preocupação emitida pelos Estados Unidos, que acusam Moscovo de desrespeitar o INF.
O ex-primeiro-ministro social-democrata norueguês considerou que este tratado “é uma pedra angular da segurança europeia”, e “é importante garantir que seja cumprido pela Rússia”.
Stoltenberg acrescentou que, segundo os Estados Unidos, a Rússia “já começou a distribuir [por diversas bases] este míssil”.
“Partilharam as informações connosco, mas não vou fornecer detalhes. Apenas dizer que estamos extremamente preocupados”, afirmou.
“Agora este tratado está em perigo pelas ações da Rússia. Após anos de negociações, a Rússia reconheceu recentemente a existência de um novo sistema de mísseis designado 9M729. (…) É urgente que a Rússia responda a estas preocupações de forma substancial e transparente”, concluiu.
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