“Não penso que seja necessário um julgamento tão intempestivo, mesmo que tenhamos problemas, mesmo que tenhamos que nos recompor”, acrescentou a chanceler alemã numa conferência de imprensa em Berlim com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Emmanuel Macron “usou termos radicais”, que Merkel afirma não serem o seu ponto de vista sobre a cooperação com a organização.
“A NATO é indispensável, devemos ter nas nossas mãos o nosso destino na Europa, mas acho que a NATO tem progredido e tem um trabalho muito mais político do que há anos”, concluiu a chefe do Governo alemão.
Stoltenberg, por seu lado, considerou que a NATO permaneceu “forte”, salientando que os Estados Unidos e a Europa “trabalharam juntos mais do que há décadas”.
Numa entrevista publicada hoje pela revista britânica The Economist, o chefe de Estado francês alertou que a NATO está em “morte cerebral” devido ao afastamento dos EUA e ao comportamento da Turquia na Síria, membro da aliança atlântica.
Macron defendeu ser fundamental “clarificar os objetivos estratégicos da NATO”, referindo a necessidade de “muscular a defesa da Europa”.
Os líderes da organização, criada em 1949 para promover a defesa mútua contra um ataque por qualquer entidade externa à aliança, vão reunir-se em Londres no início de dezembro.
O Presidente francês questiona ainda o futuro do artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte, que prevê a solidariedade militar entre os membros da NATO se um deles for atacado.
Angela Merkel também reiterou durante a conferência de imprensa com Stoltenberg o compromisso alemão de alcançar a meta de 1,5% em gastos militares até 2024, pronunciando-se a favor de atingir os 2% em 2032.
“Aumentámos o nosso gasto militar de forma significativa e atualmente estamos a negociar os orçamentos do próximo ano”, disse Merkel, acrescentando que atingir os 2% em gastos militares é a “obrigação” do Governo alemão.
A chanceler alemã descreveu esse objetivo como uma “iniciativa realista, mas ambiciosa”.
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