“Esta bancada é uma bancada de oposição e vai exercê-la de forma responsável, construtiva, mas firme”, assegurou Fernando Negrão, na sua estreia nos debates quinzenais com o primeiro-ministro no parlamento.
Por um lado, disse ter a certeza de que “será possível, nas grandes questões de interesse nacional, dialogar e chegar a acordo” com o Governo, mas, por outro, garantiu que o PSD terá “uma atitude de firmeza e oposição em relação à governação de todos os dias”, representando os portugueses que não se reveem no atual Governo.
Na resposta, António Costa disse reencontrar Fernando Negrão “com gosto”, depois de se terem cruzado na Câmara Municipal de Lisboa e em outras funções, e saudou a forma como este disse encarar os debates quinzenais.
“Não como um duelo quinzenal, mas como fazendo parte do exercício democrático entre dois órgãos de soberania e o dever do Governo prestar contas e ser fiscalizado pela Assembleia da República. É com gosto que vejo estes debates retomarem a normalidade que inspirou quem pensou na sua existência quinzenal”, afirmou o primeiro-ministro.
Este primeiro debate entre Negrão e Costa foi farto em cumprimentos, quer entre o novo líder parlamentar e o presidente da Assembleia da República, quer entre o primeiro-ministro e seu antecessor, Pedro Passos Coelho, que hoje se despede do parlamento.
“Queria hoje como primeiro-ministro saudá-lo como antigo primeiro-ministro e pela forma como exerceu as suas funções, seguramente convicto de que o fez de acordo com a sua leitura do interesse nacional”, disse Costa, classificando a saída de Passos como uma “despedida circunstancial”.
Também Negrão tinha saudado Passos Coelho, na passagem da sua intervenção que mereceu mais aplausos da bancada, incluindo alguns de pé.
De resto, o novo líder parlamentar, que foi eleito na semana passada com menos de 40% dos votos, quase só foi aplaudido no final das suas perguntas a António Costa, numa intervenção totalmente dedicada à possibilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa entrar no capital do Montepio.
O primeiro-ministro fez questão também de saudar Hugo Soares, o anterior líder parlamentar do PSD, dizendo ter sido “um gosto” tê-lo como interlocutor ao longo de “poucas semanas”.
Na sua estreia como líder parlamentar no PSD num debate quinzenal, Negrão teve ao seu lado na primeira fila o secretário-geral do partido, Feliciano Barreiras Duarte, e cinco dos sete ‘vices’ da bancada: Adão Silva, António Costa Silva, Emídio Guerreiro, Rubina Berardo e Margarida Mano.
O ex-líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que hoje se despede do parlamento assistiu ao debate na penúltima fila atrás da bancada do CDS, ao lado de Marques Guedes, e tendo atrás de si o antigo líder parlamentar Luís Montenegro.
Hugo Soares, que cessou funções de presidente da bancada depois de o presidente do PSD, Rui Rio, lhe ter transmitido vontade de trabalhar com uma nova direção, sentou-se também na última fila, escolhida também por outros dos ‘vices’ de Negrão, António Leitão Amaro.
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