“Se nos propuserem um acordo, uma via de paz que torne Israel fraco e incapaz de se defender […], isso fará recuar a paz”, declarou Benjamin Netanyahu à imprensa, após um encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Por seu lado, o governante alemão defendeu a necessidade de “um acordo sobre os reféns e de um cessar-fogo duradouro”.
Afirmando compreender “as famílias dos reféns que dizem que chegou o momento de um acordo para salvar os cativos”, o chanceler pediu maior flexibilidade do primeiro-ministro israelita para permitir a libertação dos 134 reféns que permanecem no enclave, muitos já mortos.
Scholz questionou o elevado número de vítimas civis e instou Netanyahu a permitir a entrada de mais ajuda no enclave.
“Não podemos ficar parados a ver os palestinianos correrem o risco de morrer à fome, não é isso que defendemos em conjunto”, disse, depois de descrever como “legítimo” o objetivo de Israel de eliminar o Hamas para evitar um novo 07 de outubro, quando o movimento islamita palestiniano lançou um ataque sem precedentes no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas.
O chanceler alemão defendeu que Israel deve melhorar “urgente e maciçamente” a distribuição de alimentos e ajuda em Gaza, algo que os grupos humanitários têm vindo a afirmar há semanas que só pode ser conseguido por terra se Israel concordar em abrir outros pontos de acesso à fronteira através do Egito e da Jordânia.
“Mas quanto mais tempo durar a guerra, quanto maior for o número de vítimas civis e quanto mais desesperada for a situação da população de Gaza, mais se coloca a questão: por muito importante que seja o objetivo, será que este justifica custos tão elevados ou será que existem outras soluções?”, perguntou.
Perante estes apelos, Netanyahu repetiu que “Israel fará tudo o que estiver ao seu alcance para minimizar as vítimas civis e maximizar a entrega de ajuda”.
Scholz reiterou também o apoio da Alemanha a uma solução de dois Estados para o período pós-guerra, uma solução recusada por Telavive.
A guerra em curso foi desencadeada pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e cerca de 250 reféns, segundo as autoridades de Israel.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza que matou mais de 31.500 pessoas até hoje, segundo as autoridades do enclave governado pelo Hamas desde 2007.
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