Tommy Robinson, fundador do movimento de extrema-direita Liga de Defesa Inglesa (EDL) e candidato independente pelo noroeste da Inglaterra nas eleições europeias, foi atingido por um milkshake de morango duas vezes em dois dias, enquanto fazia campanha no início de maio. Mas não foi o único. Carl Benjamin, YouTuber e candidato do UKIP pelo sudoeste de Inglaterra, também foi atingido três vezes em três dias, depois de fazer comentários, considerados sexistas, sobre a trabalhista Jess Phillipse e de se ter recusado a pedir desculpa.
Contudo, o uso desta bebida é uma novidade no que toca ao arremesso de objetos como arma de protesto, no Reino Unido. Tradicionalmente — e ao invés de outros países que usam iogurte, esparguete ou até mesmo sapatos para atirar aos políticos —, em Inglaterra atiram-se ovos — crus ou podres. O ex-primeiro-ministro David Cameron e o ex-vice-primeiro-ministro John Prescott foram algumas dos visados.
Conta o The Guardian que este sábado, 18 de junho, em Edimburgo, na Escócia, a polícia pediu que não fossem vendidos milkshakes num McDonald's perto do local onde se encontrava a discursar Nigel Farage, ex-líder do UKIP e que encabeça agora a lista do Partido do Brexit.
Na montra do restaurante podia ler-se: "Não estamos a vender milkshakes ou gelados hoje à noite. Isso deve-se a um pedido da polícia, devido a eventos recentes".
Nesta sequência, o Burger King aproveitou a deixa para informar no Twitter que continuava a vender as bebidas, referindo posteriormente que não incitavam à violência — nem ao desperdício dos seus "deliciosos milkshakes".
Farage não escapou, no entanto, à mira de uma destas bebidas esta segunda-feira numa ação de campanha em Newcastle. O batido foi arremessado por Paul Crowther, um britânico de 32 anos, que contou ao The Guardian que considerava do seu direito protestar contra “pessoas como Farage”, acrescentando que o que arremessou era um milkshake de banana e caramelo salgado da cadeia Five Guys. O momento foi captado por outros manifestantes e publicado nas redes sociais. O manifestante foi detido e acusado de agressão.
“Infelizmente, alguns “remainers” [cidadãos que defendem a permanência do Reino Unido na União Europeia] têm-se tornado radicais, ao ponto de a campanha normal estar a ser impossível de realizar”, reagiu, depois, na sua conta de Twitter.
Comentários