A arruada começou na Capela das Almas cerca das 18:40 e durou menos de meia-hora, com Ursula von der Leyen, Luís Montenegro e o cabeça de lista da AD a juntarem-se um pouco mais abaixo na Rua de Santa Catarina, no Porto.

Nem a comunicação social nem quase nenhum popular conseguiu furar a “bolha” de segurança formada por cerca de uma dezena de elementos, entre a comitiva da AD e da candidata do Partido Popular Europeu à Comissão Europeia.

Na primeira fila da arruada, estavam também o líder do CDS-PP, Nuno Melo, o ex-eurodeputado Paulo Rangel e a recandidata Lídia Pereira.

As juventudes partidárias alteraram um pouco as habituais palavras de ordem e gritaram “Don’t stop Ursula”, empunhando bandeiras da União Europeia e t-shirts de apoio a candidata.

Os “jotas” pediram e a candidata à Comissão Europeia também saltou, juntamente com Montenegro, Melo e Bugalho, que ainda ouviram uma tuna académica durante breves instanres.

O histórico militante do PSD Amândio de Azevedo foi dos poucos a quem os seguranças permitiram cumprimentar os “notáveis” da arruada, onde se incluíam também deputados e dirigentes do PSD e CDS-PP como Hugo Soares, Pedro Morais Soares, Pedro Duarte ou Miguel Guimarães.

Há três meses, nas legislativas, o percurso da tradicional “arruada” portuense da AD foi um pouco mais longo e durou cerca de 45 minutos e com Montenegro a falar, por várias vezes, ao longo do percurso.

Tal como em março, a comitiva da AD terminou a arruada na praça Dom João I, onde estava já montando o palco para o comício do penúltimo dia de campanha.

Mais tarde, o discurso da presidente da Comissão Europeia foi interrompido por dezenas de manifestantes de apoio aos palestinianos, que pediram uma “Palestina livre” dos bombardeamentos de Israel.

Ursula von der Leyen tinha começado a discursar num comício da AD no centro do Porto e estava a elogiar o apoio do presidente do PSD, Luís Montenegro, e do cabeça de lista da AD, Sebastião Bugalho, quando cerca de 20 manifestantes interromperam as suas palavras gritando “Palestina Livre”, dados os bombardeamentos de Israel em Gaza, com as mãos pintadas de vermelho a lembrar o sangue do confronto.

Von der Leyen tentou continuar o discurso, mas as atenções no comício estavam centradas nos manifestantes, que acabaram por abandonar o local acompanhados pela polícia.

“Se vocês estivessem em Moscovo, estavam agora na prisão”, comentou Ursula von der Leyen, comparando o protesto com a guerra da Ucrânia causada pela invasão russa.

“Liberdade, liberdade”, começaram a gritar os apoiantes da AD, que não evitaram ainda assim que continuassem os protestos de apoio à Palestina, já um pouco fora do local do comício.

A campanha de Von der Leyen tem sido marcada pela sua posição pró-Israel no conflito do Médio Oriente.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem como “podes esconder-te, mas não podes esconder que financias o genocídio” (em inglês) ou “que vergonha deve ser defender o genocídio para ter o que comer”.

A polícia interveio de imediato, afastando os manifestantes, tendo um deles sido deitado ao chão. Em seguida, acompanharam-nos para uma rua mais afastada do comício, onde continuaram os protestos.

Ao mesmo tempo, no comício, os apoiantes da AD gritavam “Ursula, Ursula, Ursula”.

O corpo policial à volta do comício da AD, na Praça Dom João I, que já terminou, foi depois reforçado.