"O ministério da Defesa foi informado sobre um incidente no qual uma pessoa encontrou documentos sensíveis relacionados com a defesa do país", disse um porta-voz da pasta, antes de explicar que a perda foi apontada por um funcionário. "O ministério leva muito a sério a segurança da informação e uma iniciou uma investigação", completou.

De acordo com a BBC, os documentos confidenciais, com um total de 50 páginas - que incluíam e-mails e apresentações em PowerPoint -, foram encontrados na terça-feira atrás de uma paragem de autocarro em Kent, no sul de Inglaterra.

A BBC foi informada destes documentos por parte de uma pessoa que pediu anonimato, sendo que a emissora britânica acredita que estes ficheiros seja provenientes de um alto cargo da Defesa nacional do Reino Unido.

Alguns faziam referência a uma possível presença militar britânica no Afeganistão após a saída das forças internacionais da região. Outros mencionavam a possível reação hostil da Rússia à passagem de um navio da Marinha Real, o "HMS Defender", pelo Mar Negro, perto da península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.

O exército russo afirmou que disparou tiros de advertência contra o "destroyer" britânico. O governo do Reino Unido desmentiu e citou "exercícios de tiros e uma passagem inocente pelas águas territoriais ucranianas".

O episódio com a Rússia decorreu no passado dia 23.  “O contratorpedeiro foi avisado com antecedência sobre o possível uso de armas em caso de violação da fronteira estatal da Rússia. Não reagiu ao aviso”, alegou o Ministério da Defesa russo, citado pela agência Interfax, informando que um avião Su-24 e um “navio de patrulha fronteiriça” dispararam “tiros de advertência”.

Após os disparos, o navio de guerra britânico deixou a área e o incidente não teve mais desenvolvimentos.

Segundo a informação disponibilizada pelo ministério russo, um navio de patrulha da armada russa efetuou os primeiros dois disparos de aviso e poucos minutos depois o aparelho Su-24M lançou quatro bombas OFAB-250 numa área em frente ao navio de guerra britânico.

“Às 12:23 horas locais (10:23 hora de Lisboa), as ações conjuntas da frota do mar Negro e das tropas da guarda fronteiriça acabaram com a violação da fronteira estatal russa pelo contratorpedeiro HMS Defender, que se retirou das águas territoriais russas”, acrescentou o ministério russo.

Na sequência deste incidente, o Ministério da Defesa russo convocou o adido militar da embaixada do Reino Unido na Rússia.

O incidente relatado por Moscovo ocorreu perto do Cabo Fiolent, a sul da península ucraniana da Crimeia, território anexado pela Rússia em 2014, numa ação fortemente condenada pelo Ocidente.

No passado dia 14 de junho, Moscovo informou que a Marinha russa tinha iniciado a monitorização dos movimentos do contratorpedeiro britânico Defender e da fragata Everton da Armada holandesa, após a respetiva entrada nas águas do mar Negro.