“É preciso incentivar. Fazer aqui um plano Marshall, literalmente, a incentivar os investimentos na área da habitação. Isso implica dar confiança aos investidores “, afirmou Ossanda Líber, líder do Nova Direita e cabeça de lista às legislativas por Lisboa.
Ossanda Liber falava esta tarde aos jornalistas durante uma ação de campanha do partido para as legislativas antecipadas de 10 de março, que consistiu na visita a alguns bairros do concelho de Oeiras numa situação mais degradada.
A acompanhar a líder da Nova Direita esteve o antigo centrista Paulo Freitas do Amaral, número dois nas listas ao círculo de Lisboa, assim como uma dezena de militantes, que foram, timidamente, distribuindo alguns ‘flyers’ com as ideias do partido.
Um dos bairros que a Nova Direita visitou foi o bairro Clemente Vicente (Dafundo), fundado há mais de 100 anos e constituído por 270 fogos, nos quais residem cerca de 300 pessoas.
“Não podemos estar a falar sistematicamente na habitação e achar que a única solução é construir. Nós somos apologistas de que se deve construir, porque não temos casas suficientes, mas há sobretudo de ver em que condições é que as pessoas estão a morar. Temos de dar dignidade e segurança às pessoas”, argumentou Ossanda Liber.
Como soluções para minimizar o problema da habitação, a líder da Nova Direita defende que o Estado tem de recuperar as casas que dispõe e “desburocratizar” os processos de licenciamento.
“Temos de incentivar fiscalmente, sem dúvida, mas temos também, do ponto de vista daquilo que são as formalidades, os obstáculos, para que as pessoas possam ter licenciamento”, apontou.
Por outro lado, instada a comentar, a líder da Nova Direita criticou a Aliança Democrática (AD) de estar a “trazer para cima da mesa questões polémicas, como a imigração e o aborto”, no sentido de tentar “roubar votos ao Chega”.
“Vem bem a calhar. Nós estamos no fim da campanha eleitoral e esses partidos começam a perceber a dificuldade que têm para convencer o eleitorado. Começam a radicalizar o discurso, numa tentativa de ir captar eleitorado ao Chega, que é um erro”, observou.
Relativamente a estas duas questões, Ossanda Liber considera que no caso do aborto “não faz sentido mexer na lei” e no que diz respeito à imigração “é necessário haver regras”.
“Não faz sentido em 2024 que as pessoas vão presas por terem optado interromper uma gravidez. Agora, não esperem que nós levantemos a bandeira dos abortos, porque nós acreditamos na vida”, ressalvou.
O vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa nas listas da AD, defendeu a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG), num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida, avançou hoje a Rádio Renascença, emissora católica portuguesa.
“Devemos ter a capacidade de tomar iniciativas no sentido de limitar o acesso ao aborto e logo que seja possível procurar convocar um novo referendo no sentido de inverter esta lei que é uma lei profundamente iníqua”, afirmou.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 7 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça. A campanha eleitoral para as legislativas de 10 de março começou no domingo e termina a 8 de março.
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