A resolução proposta pelos britânicos estabelece a Missão de Verificação das Nações Unidas na Colômbia por um período inicial de um ano, a começar a 17 de setembro, quando acabar o mandato da atual missão que tem monitorizado o cessar-fogo e o processo de desarmamento da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

A resolução pede ao secretário-geral António Guterres para fazer recomendações detalhadas sobre o tamanho, aspectos operacionais e mandato da nova missão no espaço de 45 dias.

Guterres está confiante que a equipa de verificação “vai contribuir para construir confiança e apoio às partes” durante a fase de integração, “que é crítica para consolidar a paz”, disse o porta-voz da ONU Stephane Dujarric.

O mais longo conflito da América Latina causou 250 mil mortos, 60 mil desaparecidos e mais de sete milhões de deslocados. Após anos de difíceis negociações, os rebeldes chegaram a um acordo com o Governo no ano passado para transitarem para um partido político.

Em janeiro de 2016, antes do acordo, o Governo e os rebeldes das FARC pediram conjuntamente à ONU que monitorizasse o cessar-fogo e o processo de desarmamento, um raro pedido de ajuda à ONU, que foi aceite.

No mês passado, o Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, enviou novamente uma carta para o Conselho, em nome do Governo e das FARC, pedindo uma segunda missão política por três anos, “renovável se necessário”.

O Conselho de Segurança da ONU visitou o país, no início de maio, para acompanhar os esforços de paz e a missão das Nações Unidas.

Há dez dias, Jean Arnault, enviado especial da ONU na Colômbia, disse ao Conselho que o desafio mais urgente era reintegrar os dez mil antigos combatentes na sociedade, um processo que prevê ser difícil.

Segundo Arnault, os rebeldes das FARC têm um “profundo sentimento de incerteza” em relação à segurança física após o desarmamento e futuro económico.