“O AUKUS é um elemento importante para garantir a paz na região. Já falámos de vários países que aumentaram as suas capacidades militares e esta é certamente uma região muito disputada”, disse Luxon, numa conferência de imprensa em Sydney, ao lado do seu homólogo australiano, Anthony Albanese.
Assinado em 2021 por Washington, Londres e Camberra em resposta à crescente influência da China na região, o AUKUS inclui a aquisição e o desenvolvimento pela Austrália de submarinos de propulsão nuclear.
No entanto, ao reafirmar o interesse do seu país em aderir ao acordo, Luxon recordou que a Nova Zelândia vai sempre manter a sua forte política antinuclear, adotada em 1987, na sequência do afundamento, dois anos antes, de um navio da Greenpeace no porto de Auckland, para protestar contra os testes nucleares da França no Pacífico.
“Manteremos sempre a nossa posição de desnuclearização”, disse Luxon, durante a sua primeira viagem ao estrangeiro desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro da Nova Zelândia, no final de novembro.
“Mas as nossas forças armadas trabalham em conjunto e queremos ver uma maior interoperabilidade entre as nossas respetivas forças de defesa”, ressalvou.
A Nova Zelândia – que faz parte da aliança de serviços secretos “Cinco Olhos”, que inclui também os EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália – está particularmente interessada no segundo pilar do AUKUS, que diz respeito à partilha de novas tecnologias e à cooperação entre as forças armadas dos aliados.
Albanese sublinhou que “há oportunidades para uma maior cooperação” entre as forças armadas da Austrália e da Nova Zelândia, “especialmente na área da interoperabilidade”, lembrando que os dois países “apoiam-se mutuamente em momentos de necessidade”.
“Esta é uma área em que uma maior cooperação poderia beneficiar as nossas duas nações”, disse o primeiro-ministro australiano.
Albanese também elogiou a aprovação pelo Congresso dos EUA, na semana passada, de legislação que permite à Austrália desenvolver submarinos nucleares, ao mesmo tempo que agradeceu aos países do Pacífico pelo seu “apoio e compreensão”.
“O que estamos a prever aqui é a propulsão nuclear, não navios equipados com armas nucleares, é uma distinção muito importante. É por isso que consideramos o AUKUS muito importante para promover a estabilidade e a segurança no Pacífico”, afirmou Albanese.
O pacto de segurança foi fortemente criticado pela China, que acusou o trio de alimentar uma corrida ao armamento na conturbada região do Indo-Pacífico, onde a situação no mar do Sul da China ou no Estreito de Taiwan permanece volátil.
Comentários