Sob palavras de ordem como “Fim ao genocídio”, “Israel: terrorista”, “Libertem Gaza” ou “Justiça para a Palestina”, a manifestação de hoje percorreu pacificamente várias ruas de Bruxelas, até ao bairro onde estão situadas as instituições europeias.

De acordo com a AFP, alguns manifestantes criticaram a União Europeia pela incapacidade “vergonhosa” de proteger os civis palestinianos, enquanto outros apelaram ao boicote a produtos e empresas israelitas.

“Precisamos de unir-nos face ao genocídio em curso em Gaza, e lutar pelo fim da ocupação de Israel”, defendeu o manifestante Victor Dumont, em declarações À AFP.

Também na manifestação, Bahija Dioure disse à AFP que “nenhum povo merece isto, seja de um lado ou de outro, isto não é possível”.

Na segunda-feira, o Conselho de Negócios Estrangeiros reúne em Bruxelas os chefes da diplomacia dos 27 e os homólogos israelita, Israel Katz, e palestiniano, Riyad al-Maliki, em encontros separados.

Na quinta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que pede pela primeira vez um “cessar-fogo permanente” entre Israel e o movimento islamista Hamas, mas apresentou como condições indispensáveis a libertação de todos os reféns e o desmantelamento da organização considerada terrorista.

O conflito em curso entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem no enclave.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas cerca de 25.000 pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes – e feridas mais de 60.000, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 7 de outubro, pelo menos 365 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.