Em 27 de abril, a comissão técnica que está a estudar a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa anunciou nove opções possíveis para o novo aeroporto, que incluem as cinco definidas pelo Governo mais Portela+Alcochete, Portela+Pegões, Rio Frio+Poceirão e Pegões.
Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Maria do Rosário Partidário admitiu que a localização Rio Frio+Poceirão tem pouca probabilidade de ser adotada, apesar de não descartar completamente, e avançou que a Comissão Técnica vai apresentar soluções para aliviar o aeroporto de Lisboa a curto prazo, utilizando Beja e o Montijo, e que um estudo será apresentado dentro de "um mês, dois meses".
O Rio Frio+Poceirão "é muito exploratório, tem muito pouca probabilidade" daquilo que "já estivemos a ver entretanto", depois de terem sido anunciadas as opções.
"Já fizemos um pouco mais de análises, tem muito pouca probabilidade, mas não queremos descartar completamente sem ter a certeza. Muitas vezes estas opções são muito importantes e úteis numa perspetiva, por exemplo a acessibilidade, [que] é o caso da Ota, mas não são numa série de outras perspetivas", prosseguiu a coordenadora-geral.
Portanto, "temos de conjugar um leque diferente de aspetos", apontou.
Agora, "o Poceirão é insuficiente, a área é insuficiente", salientou a responsável.
"Estamos a apontar para pistas com quatro quilómetros de comprimento, mais do que três quilómetros e, portanto, estamos entre os 3,5 quilómetros e os quatro quilómetros" e o "Poceirão não tem capacidade para ter três pistas, por exemplo", argumentou.
Maria do Rosário Partidário disse ainda que a Comissão Técnica está a "ver qual é que é a capacidade" da rede aeroportuária na região de Lisboa "para de alguma maneira acomodar alguma tipologia de voos durante períodos mais críticos".
Questionada se o aeroporto de Beja pode ser uma solução, admitiu que sim, dando o exemplo que este já vai ser usado durante a Jornada Mundial da Juventude, no verão.
"Beja, aliás, vai ser usado agora para a Jornada da Juventude. Se vai ser usado para a Jornada da Juventude na mesma lógica pode ser usado para outros picos críticos", defendeu.
"[Mas] Será sempre para aeronaves de menor porte. Nós estamos a tentar perceber até com o apoio da ANA, e com o apoio da NAV, quais é que podem ser outras possibilidades. Não há muitas, não há ali grande margem de manobra, mas eventualmente ver qual é a possibilidade de no curto prazo tentar abrir um bocado de espaço para poder resolver o problema, porque de facto estamos numa situação muito, muito crítica", sublinhou.
Maria do Rosário Partidário salientou que há "outras aerogares, desde logo o Montijo".
"Estamos a trabalhar com eles para tentar explorar o objetivo puro e simples de tentar resolver o problema no curto prazo", o qual "pode ser dois anos".
Porém, "não é levar dois anos a implementar, é nos próximos dois anos adotar soluções que permitam aliviar a Portela".
A Comissão Técnica Independente já está a começar a analisar o tema e espera apresentar as conclusões dentro de "um mês, dois meses".
Apesar de haver nove opções para a localização do novo aeroporto, a responsável salientou que isso não significa "que as nove sejam estudadas com o mesmo nível de detalhe", mas "as cinco que estão na Resolução do Conselho de Ministros seguramente".
As outras, que correspondem "no fundo a duas localizações, são opções que surgiram do processo participativo, que nós não tivemos tempo para executar a análise que fizemos em relação às restantes que foram excluídas".
"Dentro do limite daquilo que conseguimos fazer, não reunimos evidência suficiente para que as pudéssemos excluir", acrescentou, pelo que é preciso fazer análises mais aprofundadas, razão porque ficaram no mapa.
A coordenadora-geral afirmou que o que pode atrasar os trabalhos da Comissão é a falta da contratualização dos estudos que são necessários, esperando avançar até final deste mês e cumprir o prazo de apresentar a proposta para o novo aeroporto entre dezembro e janeiro próximos.
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