No debate quinzenal de hoje, a líder do BE, Catarina Martins, lembrou que "o Orçamento do Estado previa 400 milhões de euros para o Novo Banco" e que se sabe agora que o banco vai precisar de uma verba muito superior, questionando António Costa se o "Governo vai rever as metas do défice".

"Não. Não só não vamos rever a meta do défice como, antecipo já a sua próxima pergunta, também não vamos cortar no investimento para não ter que rever a meta do défice", respondeu o chefe do executivo.

Na réplica, Catarina Martins insistiu e quis "saber é de onde é que vai sair o dinheiro para o buraco sempre crescente no Novo Banco".

"A revisão da meta do défice de 2018 quer dizer que nós começamos o ano de 2019 com um ponto de partida 500 milhões de euros mais favorável. O problema é saber se esse dinheiro vai ser comido pelo buraco do Novo Banco ou se, pelo contrário, vamos ter capacidade de ter mais investimento", questionou.

Se a meta de défice para 2019 não for revista, prosseguiu a líder do BE, fica-se "a saber que de facto aquilo que houve de bom com o crescimento da economia e que permitiu rever em baixa a meta do défice de 2018, em vez de ir para o investimento nos serviços públicos que servem toda a gente, vai ser capturada mais uma vez pelo sistema financeiro".

"O que eu lhe pergunto é se para 2019 garante uma alteração, uma revisão da meta do défice que possa fazer com que o investimento que é hoje possível graças à meta do défice para 2018 ter ficado mais em baixo seja todo executado nos serviços públicos essenciais", insistiu.

Na resposta, António Costa fez questão de sublinhar que "menor défice não significa maior folga, significa uma menor necessidade de financiamento".

O chefe do executivo lembrou que "graças à dinâmica da economia o ano passado" conseguiu-se "um resultado melhor" do antecipado, mas "graças ao ambiente internacional, a pressão sobre a económica portuguesa este ano é diferente".

"O facto de termos chegado mais longe o ano passado significa (..) que será necessário fazer um esforço menor para cumprir as metas e isso é a melhor salvaguarda que podemos ter de que os níveis de investimento público vão continuar este ano a aumentar", explicou.