Em resposta aos jornalistas, no final de uma visita a uma escola no concelho de Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou: "Eu acho que é prematura uma opinião. O Banco de Portugal ainda não se pronunciou publicamente, o Governo depois vai pronunciar-se".

"Não sabemos se haverá depois ainda negociações. Vamos esperar para ver", acrescentou.

Interrogado sobre a subida da inflação na zona euro, e em particular na Alemanha, e a forma como isso poderá afetar o comportamento do Banco Central Europeu e os juros da dívida pública portuguesa, o chefe de Estado defendeu igualmente que é preciso "esperar para ver".

"Vamos esperar para ver. Não há neste momento preocupações que se coloquem em relação à dívida pública portuguesa", declarou.

Segundo o Presidente, "há sinais de que a inflação pode subir", mas trata-se de "um dado que ainda não é assente" e "não vale a pena estar a fazer previsões".

Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, "quando se olha para os juros, deve deduzir-se a taxa de inflação", dando exemplos com valores dos últimos anos.

"É essa operação que se deve fazer, e ao longo dos anos é isso que vai sendo feito", reforçou.

Quanto à mudança de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o chefe de Estado reiterou que, sobre esse tema, "o que tinha a dizer já disse" e considerou que "o fundamental é que está a começar a recapitalização, com o começo do ano".

"Isso é que é importante para os portugueses: uma Caixa portuguesa, pública, forte, com capital. Isso é o mais importante", defendeu.

No final desta visita à Escola Secundária Ibn Mucana, em que conversou com alunos durante mais de uma hora e meia, Marcelo Rebelo de Sousa foi também questionado sobre a possibilidade de o Hospital de Cascais deixar de ser uma parceria-público-privada.

"Eu acho que também aí temos de esperar. A notícia que todos conhecem é muito simples: o Governo decidiu abrir um concurso, estamos no começo de um concurso. Vamos esperar pela conclusão do concurso", respondeu.

O Presidente da República comentou também o facto de "geringonça" ter sido votada a palavra do ano em 2016, numa iniciativa da Porto Editora.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que preferia a palavra "descrispação", por entender que "2016 foi o ano da descrispação", acrescentando: "Mas se outros escolheram maioritariamente essa palavra, será essa palavra".