Além das matérias laborais, os comunistas irão ainda confrontar o líder do executivo com a reposição das comunicações nas áreas atingidas pelos incêndios.

O PSD será o segundo partido a intervir e mais do que os temas indicados para o debate – as habituais questões políticas, económicas e sociais – a novidade nesta bancada será o protagonista.

Fernando Negrão foi eleito líder parlamentar na semana passada com menos de 40% dos votos, correspondentes a 35 votos favoráveis, 32 brancos e 21 nulos, tendo votado 88 dos 89 deputados, o resultado mais baixo pelo menos nos últimos 16 anos na história da bancada do PSD.

O ex-ministro e antigo diretor da Polícia Judiciária foi o único candidato à sucessão de Hugo Soares, que convocou eleições antecipadas para a liderança parlamentar depois de o presidente do PSD, Rui Rio, lhe ter transmitido a vontade de trabalhar com outra direção de bancada.

Em declarações à RTP, Fernando Negrão já disse que não quer fazer destes duelos parlamentares uma “guerra” com o primeiro-ministro: “Tenciono ter sessões de trabalho com António Costa nos debates quinzenais”.

O dia da estreia de Fernando Negrão coincide com o último dia no parlamento do ex-líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que deixará a Assembleia da República no fim de fevereiro como anunciou numa reunião do grupo parlamentar em 11 de janeiro.

Depois de PCP e PSD, seguem-se as questões de PS, BE, CDS-PP, PEV e PAN, que abordarão genericamente matérias económicas e sociais, com o Bloco a acrescentar as relações internacionais, os democratas-cristãos as questões de soberania e os Verdes as ambientais.

O último debate quinzenal, realizado em 14 de fevereiro, foi aberto pelo Governo que escolheu o tema da economia, inovação e conhecimento.

No entanto, a discussão acabou por ficar marcada por questões na área da saúde, do trabalho e por um confronto tenso de António Costa com o anterior líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, na sua despedida de funções.

Há 15 dias, o primeiro-ministro apontou ainda a “desagradável surpresa” do défice orçamental da Região Autónoma da Madeira, uma referência que tem merecido muitas críticas do atual Governo Regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque.