No total, “160 corpos foram enterrados ontem [sábado], em três valas comuns pelas populações locais (…), incluindo cerca de 20 crianças”, disse um representante eleito da região à agência francesa, France-Presse (AFP), que confirmou o balanço junto de outra autoridade local, que especificou que “50 corpos foram enterrados em cada uma das duas valas comuns e 60 corpos numa terceira vala”.

“São as próprias populações que procedem à remoção e ao sepultamento dos corpos, depois de os terem recolhido e transportado” em triciclos, acrescentou a fonte.

Um relatório anterior das mesmas fontes, divulgado na noite de sábado, dava conta de 138 mortos, mas o Governo apenas confirmou 132 mortos e 40 feridos.

O eleito local disse à AFP que “a situação ainda é volátil na zona, apesar do anúncio de operações militares” e que as populações continuam a fugir de Solhan para as localidades vizinhas. “Muitos perderam tudo, os seus bens e casas foram queimados”, referiu.

Este é o ataque mais mortífero registado no Burkina Faso desde o início da violência fundamentalista islâmica, em 2015.

Sohlan, uma pequena cidade localizada a cerca de 15 quilómetros de Sebba, capital da província de Yagha, não muito longe da fronteira com o Mali e o Níger, registou vários ataques nos últimos anos, atribuídos sobretudo aos fundamentalistas ligados à Al-Qaida e ao Estado Islâmico.

O atentado a Solhan terá tido como alvo inicial o posto dos Voluntários para a Defesa da Pátria, auxiliares civis do exército do país, mas, posteriormente, os atacantes invadiram casas e executaram pessoas.

As forças de segurança têm tentado conter a espiral de violência, que já causou mais de 1.400 mortos e mais de um milhão de deslocados internos.

O Burkina Faso decretou um luto nacional de três dias, em homenagem às vítimas do “ataque bárbaro e desprezível”, nas palavras do Presidente, Roch Marc Christian Kaboré, que exortou os compatriotas “a permanecerem unidos contra as forças obscurantistas”.

O ataque já foi condenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela União Europeia (UE).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse, através do porta-voz Stephane Dujarric, que o ataque “salienta a necessidade urgente de a comunidade internacional reforçar o apoio a um dos seus membros, na luta contra a violência extremista e o seu inaceitável custo humano”.

A UE, através do alto representante para a Política Externa, Josep Borrell, condenou os “ataques cobardes e bárbaros” e apelou a que sejam feitos “todos os esforços para responsabilizar os perpetradores”.

Também o Papa Francisco lamentou o ataque, após a oração do Angelus, notando que “África precisa de paz e não de violência”.

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