Grandes áreas do leste e centro do país sofreram inundações desde sexta-feira, assim como bairros inteiros da capital, após as cheias de vários rios. "Pelo menos 192 pessoas morreram e 31 continuam desaparecidas", afirmou à AFP Rishi Ram Tiwari, porta-voz do Ministério do Interior.
O Ministério do Interior atualizou o balanço da tragédia e informou que pelo menos 170 pessoas morreram e 42 continuam desaparecidas. O balanço anterior era de 170 mortos e 42 desaparecidos.
"As nossas prioridades são a busca e o resgate, incluindo de pessoas isoladas nas estradas", acrescentou o porta-voz.
"Voltamos esta manhã (domingo) e tudo tinha mudado. Não conseguíamos nem abrir as portas de casa, estavam bloqueadas pela lama", disse Kumar Tamang, um homem de 40 anos, que mora numa comunidade desfavorecida e precisou de fugir no sábado, quando a água invadiu a sua casa. "Ontem, estávamos com medo de que a água nos matasse e hoje não temos água para limpar", completou.
Algumas pessoas buscaram refúgio nos telhados dos imóveis e outras tentaram fugir avançando pela água lamacenta.
"Estou com medo. Nunca vi tanta destruição", declarou no sábado Mahamad Shabuddin, dono de uma oficina de motos, perto do rio Bagmati. Este e os seus afluentes, que atravessam Catmandu, sofreram cheias e inundaram os bairros próximos.
Pelo menos 35 vítimas fatais das inundações encontravam-se em três veículos e foram soterradas por um deslizamento de terra numa estrada a sul de Catmandu, segundo o porta-voz da polícia, Dan Bahadur Karki. Mais de três mil pessoas participam nos trabalhos de resgate, com o apoio de helicópteros e embarcações.
O ministro do Interior informou que mais de três mil desalojados foram resgatados.
O Vale de Catmandu registou 240 milímetros de chuva em 24 horas, entre sexta-feira e sábado, informou a agência meteorológica nepalesa ao jornal 'Kathmandu Post'. Este é o maior nível de chuva registado na capital do país desde pelo menos 1970, segundo a agência.
O departamento de hidrologia e meteorologia afirmou que, segundo dados preliminares, as estações em 14 distritos registaram recorde de chuva nas 24 horas anteriores à manhã de sábado.
A temporada de monções, de junho a setembro, provoca mortes e danos no sudeste asiático todos os anos, mas o número de inundações e deslizamentos de terra aumentou nos últimos anos. Os cientistas afirmam que as mudanças climáticas aumentaram a frequência e gravidade dos fenómenos.
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