“O CDS é um partido estruturante e fundador da democracia e vive hoje o primeiro ato de uma tentativa de golpe de estado institucional que eu quero denunciar e repudiar vivamente”, afirmou.
Nuno Melo recusou um possível adiamento do congresso eletivo, marcado para 27 e 28 de novembro, na sequência da crise política provocada pelo 'chumbo' do Orçamento do Estado, e afirmou que “quem tem medo de ir a votos dentro dificilmente terá capacidade para conquistar votos fora”.
Na sua ótica, está em causa “um expediente ilegal e imoral para adiar o congresso para outra data” e a direção “manter-se ilegitimamente no poder”, defendendo que, se as eleições legislativas forem marcadas para final de janeiro ou depois “o presidente do partido já estará fora de mandato”.
O centrista falava aos jornalistas à porta da sede do CDS-PP, em Lisboa, na quinta-feira à noite, enquanto decorre dentro do edifício, desde cerca das 22:00 e à porta fechada, uma reunião da Comissão Política Nacional, órgão alargado da direção.
O eurodeputado criticou também a convocatória, de um dia para o outro, do Conselho Nacional extraordinário marcado de urgência para hoje com o intuito de deliberar “sobre a realização do XXIX Congresso Nacional” e defendeu que teria de ser “convocado com pelo menos 48 horas de antecedência”.
“Obviamente que vou impugnar esta convocatória e depois do órgão jurisdicional interno do partido vou recorrer para o Tribunal Constitucional”, anunciou.
Questionado sobre se vai recolher assinaturas para tentar que o congresso se realize, Nuno Melo disse que o que fará depois “logo se verá, cada coisa no seu passo”.
O candidato à presidência do CDS-PP criticou também que o Conselho Nacional decorra por videoconferência e disse que não confia no método de votação se for ‘online’, como tem acontecido nas últimas reuniões, apontando que “nunca foi auditado”.
“O que antes era um simples direito legítimo de um militante se candidatar, no meu caso, passa a ser um grito de indignação, um imperativo de consciência e uma vontade de lutar por questões que são também de legalidade e de ética”, salientou.
“Até em 1975, debaixo de fogo, o CDS realizou o seu congresso. Não é, chegados a 2021, que vamos expropriar os militantes da sua capacidade de decidirem o que querem em relação ao seu futuro”, salientou Nuno Melo.
Quando chegou ao Largo Adelino Amaro da Costa, acompanhado pelo líder parlamentar, Telmo Correia, Nuno Melo foi recebido com palmas por algumas dezenas de apoiantes, e depois de entrar na sede subiu ao primeiro piso, à sala onde decorre a reunião, e foi à janela cumprimentar as pessoas.
Entre os apoiantes estavam o líder da distrital de Lisboa do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, o líder da concelhia e vereador na Câmara Municipal de Lisboa, Diogo Moura, e os deputados Pedro Morais Soares e Miguel Arrobas.
Nuno Melo aceita adiamento do congresso desde que se realize antes das legislativas
Nuno Melo referiu que aceita um possível adiamento do congresso agendado para o final de novembro, desde que ser realize antes das eleições legislativas.
“Nós não nos importamos nada que o congresso seja adiado, o que não aceitamos é que seja adiado para depois das eleições legislativas”, afirmou o candidato.
O centrista falava aos jornalistas à porta da sede do CDS-PP, em Lisboa, na quinta-feira à noite, enquanto decorre dentro do edifício, desde cerca das 22:00, uma reunião da Comissão Política Nacional, órgão alargado da direção.
O candidato à liderança do partido defendeu que é importante que “os militantes, através do congresso, legitimem quem os deve representar enquanto líderes e também enquanto estratégia”.
“Quem queira evitar o voto dos militantes num congresso que, por vontade própria, pediu, não terá qualquer legitimidade para representar o CDS em eleições legislativas perante o país”, salientou Nuno Melo.
Quando falou aos jornalistas, Nuno Melo apontou que, mesmo se realizando no final de novembro, “este congresso decidiria atempadamente a estratégia e a liderança que deveria liderar o desafio das próximas legislativas, sendo certo que o senhor Presidente da República antecipou que decidiria o calendário das eleições em tempo para que os partidos, PSD e CDS, estabilizarem as suas lideranças”.
“Não havia quanto a isso nenhuma pressa”, frisou, apontando que Francisco Rodrigues dos Santos quer adiar o congresso “por medo” de o perder.
E comparou Rodrigues dos Santos a António Costa, indicando que o primeiro-ministro formou Governo depois de ter “perdido as eleições” e o líder do CDS é um “presidente que se quer manter evitando-as”.
Questionado sobre o caso do PSD, que também tem agendadas eleições internas, Nuno Melo afirmou que “o PSD vai ter congresso, não vai fugir ao congresso, e o CDS vai fugir ao congresso”.
E sobre uma possível coligação pré-eleitoral entre os dois partidos, disse que a direção centrista quer “vincular o partido a uma estratégia que não é sua, devia ser dos militantes”.
O 29.º Congresso do partido, no qual será eleita a nova liderança, está marcado para 27 e 28 de novembro, em Lamego (distrito de Viseu). São candidatos à presidência do CDS-PP o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado e líder da distrital de Braga, Nuno Melo.
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