Maria João Abreu entrou diariamente nas casas dos portugueses. Tal foi sublinhado pelo Presidente da República numa nota onde Marcelo se afirmava "comovido".  "João", como tratada entre amigos, era "uma figura que representava para muitos portugueses a familiaridade de quem está connosco porque se parece connosco".

A atriz encontrava-se internada, desde o dia 30 de abril, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, depois de se ter sentido mal durante as gravações da novela "A Serra", em exibição na SIC. A sua morte, confirmada às primeiras horas da tarde desta quinta-feira, deu lugar a manifestações de pesar de todos os que com ela se cruzaram.

Maria João Abreu esteve casada 23 anos com José Raposo, de quem teve dois filhos, Miguel Raposo e Ricardo Raposo. Voltou a casar-se em 2012 com o músico João Soares. "Todo o amor da família e todo o amor dos amigos não foi suficiente para impedir que esta viagem se iniciasse", escreveu o guitarrista nas redes sociais.

"Para onde vai, vai fazer aquilo que sempre fez: cuidar! Agora pode fazê-lo sempre. A todos. O meu Anjo ganhou asas. A minha João partiu", lê-se ainda na partilha.

Além de um "talento ímpar", o lado generoso da atriz é também recordado por vários colegas e pela Ministra da Cultura. "Destacou-se também pelo seu lado humano, de mulher generosa e atenta às causas sociais, às quais se dedicava com o mesmo empenho que colocava no seu trabalho e com a empatia que todos lhe reconheciam”, sublinha Graça Fonseca numa nota divulgada pelo ministério.

Nascida em Lisboa, a 14 de abril de 1964, Maria João Gonçalves Abreu Soares era oriunda de famílias humildes e começou a trabalhar muito cedo, o que fez dela uma criança muito madura, que não sabia brincar, que tinha pânico de falhar e uma grande necessidade de sentir amor", como a própria confessou em entrevista.

Estreou-se profissionalmente, aos 19 anos, no Teatro Maria Matos, no musical “Annie”, de Thomas Meehan, dirigido por Armando Cortez. Com quase 40 anos de carreira, Maria João Abreu trabalhou em televisão, no teatro e no cinema.

Foi Lucinda, em "Médicos de Família", e Maria do Céu, em "Golpe de Sorte". Duas personagens que estão longe de resumir um percurso de mais de meia centena de títulos, mas que ficaram na memória dos espectadores. Assim como "a sua arte de excelência".

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