"Os portugueses e as portuguesas revelaram o seu interesse em manter um executivo de esquerda e igualmente uma maioria de esquerda no parlamento. Isto é de uma enorme responsabilidade. Isto vai exigir que a ótica necessite de ser uma ótica de esquerda", afirmou a deputada do partido Livre, no encerramento do debate sobre o Orçamento de Estado para 2020.

Joacine Katar Moreira disse ainda que, enquanto deputada de "um partido de esquerda feminista, antirracista e ecológico", este orçamento não representa o Livre e que é necessário um documento que "dê resposta às emergências do século XXI".

"Este é efetivamente um OE da continuidade. Continuidade dos salários baixos e continuidade dos rendimentos baixos. Continuidade das taxas moderadoras e da secundarização da saúde mental. Continuidade de uma política ambiental insuficiente, deficiente e de uma ótica extrativista", declarou.

A deputada continuou, dizendo que a continuidade está também presente no subfinanciamento da cultura e das artes, na precariedade laboral para investigadores e na burocracia que "há anos insiste em penalizar os imigrantes".

"Continuidade de uma série de outras áreas que nós aguardamos ansiosamente que sejam rapidamente alteradas e que haja um investimento efetivo em áreas que verdadeiramente interessam à melhoria do quotidiano de milhões de portugueses e portuguesas", concluiu a deputada.

O Livre é o único partido com assento parlamento que não revelou o seu sentido de voto no OE, que tem já aprovação garantida na generalidade com os votos a favor do PS, a abstenção da restante esquerda parlamentar e do PAN, assim como dos deputados do PSD-Madeira. O PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal votará contra.