Há "14 sobreviventes, oito corpos recuperados, cinco pessoas desaparecidas", informou a representação do governo espanhol na região da Galiza, citando a autoridade marítima das Malvinas, que ainda não divulgou publicamente o balanço de vítimas do naufrágio do navio de pesca Argos Georgia, com 27 tripulantes.
Segundo a delegação do governo espanhol, "todos os sobreviventes gozam de boa saúde e apenas foram reportadas lesões leves e enfermidades leves".
Os 14 sobreviventes, 13 num barco e um noutro, estavam a caminho do porto de Stanley nas Ilhas Falkland (Malvinas para os argentinos).
"O King Edward VII Memorial Hospital" de Stanley (Puerto Argentino para Buenos Aires), capital do arquipélago, "está preparado para receber os sobreviventes para uma avaliação médica", acrescentou a representação do governo espanhol.
Dos 27 tripulantes do navio, dez eram espanhóis, entre os quais havia dois investigadores, conforme explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares.
Dois dos espanhóis morreram e outros dois estão desaparecidos, detalhou a delegação do governo espanhol na Galiza, região autónoma no noroeste da Espanha de onde procediam estas duas vítimas fatais.
De acordo com as autoridades das Falklands, o naufrágio ocorreu na tarde de segunda-feira "cerca de 200 milhas náuticas [370 quilómetros] a leste de Stanley", segundo uma nota do governo deste território britânico publicada no Facebook.
O delegado do governo espanhol na Galiza, Pedro Blanco, falou pessoalmente com as famílias dos tripulantes espanhóis "para transmitir-lhes a informação e colocar-se à sua disposição para o que for necessário, com o compromisso de continuar a proporcionar qualquer novidade", conclui o comunicado deste órgão que representa a administração central de Madrid nesta região autónoma.
"Os 27 tripulantes do navio Argos Georgia foram forçados a abandonar o navio pouco depois das 16:00 [20:00 em Lisboa], e alguns membros da tripulação embarcaram nos botes salva-vidas", detalha o comunicado.
Aeronaves das Forças Britânicas das Ilhas do Atlântico Sul (BFSAI, na sigla em inglês) avistaram os botes e conseguiram localizá-los. Um navio-patrulha, FPV Lilibet, e dois navios de pesca, foram alertados e dirigiram-se para a área indicada.
Horas antes, as autoridades do arquipélago tinham assinalado que as condições meteorológicas estavam "extremamente difíceis", o que impediu o resgate da tripulação por helicóptero na segunda-feira, mesmo após duas tentativas.
Robert Ervik, proprietário do navio de pesca com bandeira da Ilha de Santa Helena, confirmou à AFP que a embarcação começou a afundar na segunda-feira.
As Falkland, chamadas Malvinas pelos argentinos, formam um arquipélago cuja soberania é disputada por Argentina e Reino Unido.
Em 1982, as ilhas foram cenário de uma guerra de 74 dias, que resultou na rendição das tropas sul-americanas no arquipélago, com saldo de 649 argentinos e 255 britânicos mortos.
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