Introdução/Problema

A partir de 13 de março não mais deixámos de nos questionar, sem até à data ter podido obter qualquer resposta, acerca da questão suscitada no título. Reposicionemos a questão, agora que já estamos em junho: até quando irá manter-se o silêncio da Academia portuguesa acerca das omissões, das inverdades e dos interesses que se escondiam atrás do “palco” montado para “confinar” o povo debaixo do terror, em face da designada pandemia da Covid-19?

São estes três fatores do problema geral da gestão da crise que hoje nos ocupam particularmente. Era para nós claro que existia, desde o início da crise, um alinhamento rigorosamente “vigiado”, uma aliança, que víamos estabelecer-se, entre o governo, a academia (escolas médicas, mas não só) e os media “domesticados”, para silenciar o desastre sócio-económico a que o país seria conduzido, tal como um “cordeiro que é guiado até ao matadouro”.

O pretexto também era curioso, pois o governo afirmava seguir as indicações da “ciência”, personificada na OMS/DGS, que falava num extraordinário problema de saúde pública, o qual exigia, por sua vez, um rigoroso confinamento. Só que a OMS nunca teria recomendado tal medida de evocação medieval. Seguia-se, por assim dizer, a “ciência mais avançada”, a do sul da Europa, para não destoar dos alarmistas, quando havia duas outras posições, a da região germânica e a opção nórdica, particularmente a da Suécia ou dos Países Baixos.

Muito se tem falado sobre o pretenso “fracasso” da Suécia, devido ao elevado número de óbitos. Chama-se a atenção para o facto de nem todos os países contabilizarem os mortos, por Covid19 ou com a doença.

Atendendo, apenas, aos números oficiais (27 de maio), confirma-se que a pertinência do confinamento (a essência da nossa questão) é de difícil justificação, considerando, tão só, alguns países da UE (com confinamento moderado ou severo) e com população equivalente a Portugal:

  • Na Europa, a média era, neste período, de 47 mortos /milhão de habitantes
  • A Suécia, país sem confinamento, registou de 431 óbitos por milhão de habitantes,
  • Portugal, país com confinamento estrito, registou 136 óbitos por milhão de habitantes
  • A Grécia, país com confinamento moderado, registou com 17 óbitos por milhão de habitantes
  • A Rep. Checa, país com confinamento moderado; registou 30 óbitos por milhão de habitantes
  • A Bélgica, país com confinamento estrito, registou 814 óbitos por milhão de habitantes

Pergunta-se, onde está a correlação?

É certo que a população portuguesa continua a sustentar a política que a aterrorizou e que empobreceu! Mas a opinião pública que sustenta a política que nós imitámos, a francesa, apenas só já recolhe 30% de aprovações. Veremos como o futuro se nos apresenta! 

Questões Específicas

  1. Omissões gritantes e facilmente identificáveis.

As omissões mais badaladas foram as relativas às falhas mediáticas ligadas à impreparação do SNS: falta de máscaras para fazer como a República Checa, por exemplo, ou falta de ventiladores, como fez a Alemanha, entre outros. O mais grave encontra-se, como também ilustrámos em devido tempo, era que a resposta do confinamento era inútil e incoerente. Uma vez desencadeada, tal resposta à crise assentaria inevitavelmente no pânico induzido e a retoma seria muitíssimo lenta, com o abalar da confiança. Esta é um precioso bem económico, como infelizmente se confirmará. Não basta para a devolver, ao país aterrorizado, que os mesmos porta-vozes politico-mediáticos recebam ordens acéfalas das redações bem “remuneradas” por conta do erário público.

A confiança exige coerência, e quando ninguém nos media “alinhados” se questionou sobre o tratamento dado ao jornalista da SIC (Rodrigo Guedes de Carvalho) na sequência da entrevista à Ministra da Saúde a 2 de maio. Ninguém deveria, agora, impressionar-se com a recusa da população em retomar a sua vida normal, quaisquer que sejam os apelos multiplicados a pedido da dupla PM/PR, depois de tantos se terem dado conta da compra oficial de publicidade a certos grupos de media.

A gestão da comunicação do desconfinamento seria sempre, necessariamente, incoerente:

- com números maiores e mais gravosos do que em março, em maio/junho pode desconfinar-se, se não houver “maus comportamentos”, com exceção dos aviões, por exemplo;

- que a todo o momento se pode retroceder, para evitar a “sempre agitada” bandeira da “segunda vaga”, como se este coronavírus fosse diferente dos outros e não descrevesse uma curva de Gauss;

- que as pessoas seriam responsáveis e cuidariam das vacinações das crianças, da escola por computador, e de outros mimos com que agora nos brindam;

- que as doenças do foro psicológico seriam desprezíveis, bastando para o efeito não falar delas;

- que só poderíamos, enfim, estar tranquilos, quando houvesse uma nova vacina versus a designada imunidade de grupo ou um novo tratamento eficaz versus o desaparecimento do coronavírus, completado que estivesse o ciclo de desenvolvimento habitual neste género de episódio infecciosos, em curva de Gauss.

Estas quatro hipóteses, que fomos colocando e teorizando em anteriores artigos, são manifestamente contraditórias, duas a duas: desde sempre a humanidade apostou na imunidade de grupo, mas desta vez devíamos a salvação que viria pela vacina; sempre se trataram as doenças com o que havia disponível até estas desaparecerem ou um determinado vírus se integrar no ecossistema humano, mas desta vez a salvação viria nas asas de um novo fármaco (com origem na Big-Pharma, evidentemente).

Em 17 de março, véspera do confinamento e segundo os gráficos da DGS, havia 117 casos de infeção confirmados, 1 óbito e 216 internados; no dia 17 de abril verificaram-se mais 181 casos confirmados, 28 óbitos e estavam internados 1.284 doentes; a 17 de maio, existiam 226 novos casos confirmados, 15 óbitos e 649 internados; a 3 de junho, 366 novos casos confirmados, 8 óbitos e 428 internados.
Onde está a lógica e a coerência da afirmação da melhoria da situação, relativamente à decisão de confinamento estrito da população? Os números brutos estão sempre acima dos de 17 de março, o nosso ponto de partida. Num artigo anterior chamávamos à atenção para a existência de um reconhecimento tácito (mas que não podia ser explicitado, sabe-se lá porquê) de uma curva de Gauss que o comportamento do SARSCoV2 pressupunha. Se assim fosse, era claro que se confinava na subida e se desconfinava na descida, que já era acentuada na data de reedição do 2º “estado de Emergência”. Mas, desta forma, tinha que reconhecer-se que o dito “novo” coronavírus, era igual aos restantes não se justificando o alarme social, mas antes que se deveria seguir o exemplo da Suécia ou dos Países Baixos, como se constata pelas curvas da doença obtidas pelo Prof Levitt.

Mas fixemo-nos, pois, nesta “hipotética quadratura” (diariamente martelada, até à exaustão, por um conhecido politico, diga-se a propósito, num programa diário na TVI, durante o Estado de Emergência, em horário nobre), para vermos a grandeza das omissões de que falámos. Se honestamente se comparar a situação de meados de março com a de hoje, o que mudou? Efetivamente, nenhuma das quarto hipóteses se verificou, a acreditar na comunicação/linguagem governo-científico-mediática.

Verifique-se, então, se mudou alguma coisa mais do que o uso obrigatório de máscaras em espaços públicos fechados. Nesse caso, a isto se poderia ter resumido a resposta à pandemia em março, ficando-nos por essa “medida”, como se fez na República Checa? Gostaríamos que o povo português pudesse algum dia ter uma resposta séria, por parte de alguém sério, sem risadas nas nossas costas, com ou sem máscara a disfarçar as risotas!

  1. As principais inverdades que a seu tempo foram denunciadas. Tratava-se de uma doença nova!?

Em lugar de se continuar a falar de um “novo” coronavírus, designado SARSCoV2 (o que o aproximaria do SARSCoV1, de 2002), passou a falar-se da doença por ele causada – a agora mais que famosa Covid –19. A OMS, logo secundada pela DGS, comandaram a orquestra, batuta na mão. Mas não se tratava de uma clarificação, como poderia supor-se. Tudo indicava que se tratava, antes, de uma mistificação sem nome. Tal tratamento informativo aumentava drasticamente a opacidade do que estava em causa em face da opinião pública.

Repare-se, a título quase anedótico, que, ainda hoje, a maioria dos jornalistas não distingue o vírus da doença, tal como confundem “o vírus que tratam de Covid-19” com a doença. Mais, nem sequer acertam o passo pelo tratamento da matéria (Covid-19) no masculino ou no feminino. Em consequência, o termo “novo”, deixava todo o espaço para caracterizar o SARSCoV-2 como “desconhecido”, “sem tratamento”, “sem evolução previsível”, sem susceptibilidade a uma hipotética imunidade de grupo, sem imunização cruzada, numa palavra, “sem limites capazes de travar uma mortandade descontrolada”, uma verdadeira peste do Século XXI.

Escrevemos, depois, um segundo artigo baseado na síntese proposta pelo Professor de Medicina da Universidade de Genève, Antoine Flahault, que mostrava que este SARSCoV-2 era praticamente inofensivo para pessoas com idades até aos 65 anos, sendo particularmente virulento para uma percentagem significativa depois dessa idade. A síntese do Prof. Flahault indicava, ainda, que havia um período de alguns dias antes de se desencadear o que se vinha chamando de “tempestade de citocinas”. Quer no primeiro, de 23 de março, quer no segundo artigo, de 13 de abril - os conteúdos podem ser lidos neste link e neste link - , informávamos que a doença cedia (num período máximo de nove dias) perante um tratamento relativamente simples e disponível a baixíssimo custo, porque as respetivas patentes se encontravam na posse do domínio público: um mix de Hidroxicloroquina e Azitromicina, a tomar (pormenor crucial) desde o eclodir dos primeiros sintomas. Bastava estar atento minimamente ao que passava ao nosso redor e ter lido um resumo das teorias de Karl Popper.

Qualquer grupo especializado em gestão de “catástrofes”, ou em técnicas de pensamento disruptivo, constataria, de imediato, as diversas “anomalias” que colocavam em causa o unanimismo “científico” em torno das hipóteses veiculadas pela Big Pharma:

(i) a África (“protegida” pela Cloroquina devido à malária) não estava a ser atingida, ao invés do que a OMS “temia”;

(ii) a Região de Marselha (PACA), em França, apresentava elevados índices de cura, em 6/9 dias, como já tínhamos alertado desde março. Se assim era, se havia um tratamento eficaz, desde que tomado precocemente, onde estava a razão do “pânico”? A população ativa podia trabalhar pois as infeções seriam ligeiras, a população infanto-juvenil nem sequer seria provavelmente afetada, bastaria prevenir as infeções dos lares e aconselhar um rigoroso e eficaz recolhimento aos idosos e pessoas fragilizadas.

Como, e a que título, ter defendido o confinamento de crianças e jovens, e como querem continuar a defender, sem qualquer pudor, a “dupla redundante” PR/PM, como se comenta e com muita razão? O tratamento rápido dos infetados reduzia a exposição prolongada ao coronavírus e a imunidade de grupo avançaria para níveis susceptíveis de fazer parar a “pandemia” quase em paralelo com a vulgar época de gripe.

  1. Interesses (in)confessados, por detás do palco mediático.

Interesses por detrás do palco é o que não deve faltar, mas é desses que nos interessa relevar a este propósito da “pandemia”. O que está em causa é de uma gravidade sem precedentes, mesmo se já havia indícios, desde há muito, de que a Big Pharma dominava integralmente as publicações ditas “científicas”

Note-se que falamos de um país que proibiu os médicos de prescrever a Hidroxicloroquina fora dos hospitais, mesmo quando eles próprios adoeceram e morriam às dezenas (44, 20 dos quais reformados que voltaram ao serviço, segundo se sabe hoje).

Duas conceções da medicina entraram em violento confronto: a obediente à Big Pharma/OMS, atenta a orientações precisas e sujeitas às novas regras da “ciência positiva” que ia prometendo uma vacina ou um tratamento novo; ou a que preconizava os cuidados a ter com os doentes, tratando-os com base no reposicionamento dos medicamentos existentes. Note-se que mais de 31.000 moléculas disponíveis, criadas entre 1950 e 1980, antes de os grandes grupos financeiros tomaram conta desta área económica. O que é curioso, é que os governos dos países ricos seguiram a orientação da Big Pharma/OMS, enquanto os países pobres seguiram a segunda orientação.

É esta dicotomia que nos foi permitindo ler os dados que foram sendo publicados e que aqui atualizamos (31/5/2020). Os números sempre foram considerados determinantes para um juízo objetivo, agora terá chegado a sua vez. Vejamos o que dizem desta vez, considerando que os dados são os que se seguem:

Países/Zonas GeográficasNº de InfetadosNº de Óbitos% de Óbitos
Mundo (Total)6.000.867366.848100%
Europa2.135.170177.473 48%
EUA1.760.740103.472 28%
América Latina944. 69549.230 13%
Resto do Mundo1.160.26237.373 10%

Onde está a superioridade das soluções esperadas (em contexto de elevado temor, como diante da divindade) do lado da Big Pharma? Responda quem puder explicar como é que o SARSCoV2 conseguiu “matar” 75% de entre os infetados, apenas nos países com melhor nível de vida, com melhores institutos de formação, com melhores sistema de saúde, com melhores hospitais, etc., etc.?

Conclusão

Tendo em conta as omissões, as inverdades e os interesses, muitas resposta ficam a dever-se do lado dos responsáveis, esperando nós que haja uma progressiva iluminação dos cidadãos dos países latinos em geral e de Portugal em particular. Aguardamos, nomeadamente, do lado das omissões, que se explique o que se ganhou com o espalhar o terror que fez aceitar o confinamento, em face dos casos anómalos da Suécia, dos Países Baixos ou da Islândia, entre outros.

Do lado das inverdades, esperamos explicações relativas às curvas da “pandemia”, independentemente das medidas como tantos explicaram no esteio do Prof. Levitt, da Universidade de Stanford.

Quanto aos interesses, certamente, dirão alguns, a superioridade da Big Pharma/ocidente estaria no tira teimas, ou seja, na esperança média de vida. Comparem-se, para a questão desse caso, os números de Cuba com os EUA, para citar um caso em que houve um boicote económico, que teria necessariamente repercussões se a superioridade dos novos fármacos fosse uma realidade. Porque é que os novos senhores do mundo se viraram para a área dos novos fármacos, desprezando completamente o reposicionamento das antigas moléculas, entendidas como um recurso inestimável da humanidade?

Ainda continuamos, enfim, à espera que as diversas correntes das esquerdas nos expliquem como é que a América de Trump, o Brasil de Bolsonaro, a Coreia das Novas Tecnologias ou a Índia da Cloroquina são “alinhados” com a indústria tradicional, quando os governos ditos democráticos se vangloriam do alinhamento com a OMS e a Big Pharma?

A aliança (improvável, diríamos nós) entre Big Pharma, Cia, OMS e movimentos de esquerda defensores acérrimos do confinamento geral, é no mínimo estranha. Mas continuemos atentos. O recente “paper” publicado na “The Lancet” a 22 de maio, contra a Hidroxicloroquina, e que veio confortar a “estratégia” ocidental, seguidista e atentista, deverá ser seguido com atenção redobrada.

Três dos quatro autores já se retrataram, dizendo que deixavam de poder garantir as fontes de informação (em 4 de junho, ou seja, 13 dias após a publicação e a revista – uma das duas mais prestigiadas da medicina - já colocou um traço em cima, após um “sururu” mundial). Um escândalo de proporções suicidárias. A que ponto a “The Lancet” estava a levar o alinhamento com a Big Parma, que publicava (em situação de pré-print) um artigo que qualquer jovem investigador de primeiro ano de mestrado teria aconselhado a rejeitar liminarmente, como a maioria dos cientistas mundiais que se debruçaram sobre o trabalho, comentaram. E acrescentavam que a credibilidade científica da revista já conhecera melhores dias.

Não deixaremos de continuar a acompanhar aquilo que se revelará, certamente, como um dos maiores escândalos associados à tirania mundial da Big Pharma.