“A demolição e o confisco em massa de propriedades por parte das forças israelitas na comunidade palestiniana de Humsa al-Bqaia (é) preocupante”, indica num comunicado a coordenadora humanitária da ONU para os territórios palestinianos.

Lynn Hastings adianta que “obrigar esta ou qualquer outra comunidade a mudar-se para um local alternativo representa um grave risco de deslocação forçada”.

Segundo o Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), “foram demolidas ou confiscadas” na quarta-feira 38 estruturas, entre casas improvisadas e instalações de uso agrícola e ficaram desalojadas seis famílias de pelo menos 42 pessoas, incluindo 24 crianças.

A representante das Nações Unidas diz que, embora Israel “tente justificá-las” alegando que a área em questão está designada “para treino militar, tais medidas por parte de uma potência ocupante são ilegais segundo o direito internacional”.

Hastings pede assim a Israel para “parar imediatamente todas as demolições de casas e propriedades palestinianas”, bem como para permitir o acesso de agências humanitárias e organizações não-governamentais (ONG) para fornecerem “abrigo, comida e água” aos aldeões, para que “reconstruam as suas casas na localização atual e lá permaneçam com segurança e dignidade”.

Segundo a B’Tselem, aquando da demolição, as autoridades israelitas retiraram pertences dos aldeões para os transportarem para uma zona próxima onde “procuram realocar os residentes à força”, medida que esta ONG israelita considera “crime de guerra”.

Humsa al-Bquaia é uma das 38 aldeias beduínas no Vale do Jordão, fronteiriço à Jordânia, que se dedicam à pecuária e cujas casas são geralmente instalações improvisadas, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Israel, que ocupa a Cisjordânia desde 1967, derruba aquelas estruturas por falta de licenças, mas a ONU e várias organizações internacionais e humanitárias denunciam a impossibilidade prática de os palestinianos as obterem.