Na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, estarão António Guterres - escolhido para o cargo pelo conselho de Segurança da ONU -, que fará um discurso diante dos 193 Estados-membros da organização após a votação de confirmação, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em representação do Governo português.
Depois do caminho percorrido pela candidatura de Guterres, o chefe da diplomacia portuguesa afirmou que o ex-Alto Comissário da ONU para os Refugiados “está completamente à vontade” para enfrentar os importantes desafios que implicam os “três grandes pilares das Nações Unidas”: Segurança e Paz, Desenvolvimento e Direitos Humanos.
“Em qualquer um deles, António Guterres está completamente à vontade e, portanto, não se espera um secretário-geral das Nações Unidas que só esteja focado nas questões humanitárias. Estará certamente focado nas questões humanitárias, porque elas são das mais importantes na cena internacional de hoje, mas também assumirá as responsabilidades que lhe cabem como secretário-geral, seja na área do Desenvolvimento e da Cooperação para o Desenvolvimento, seja na área da Paz e da Segurança que é uma das áreas essenciais das Nações Unidas”, referiu esta semana o ministro português em declarações à Lusa.
Após seis votações, o Conselho de Segurança da ONU recomendou formalmente o ex-primeiro-ministro português para o cargo de secretário-geral em 5 de outubro.
Ao longo dos últimos dias foram conhecidos alguns pormenores dos bastidores das votações informais no Conselho de Segurança da ONU, nomeadamente as posições de alguns dos cinco membros permanentes do organismo (com poder de veto), fundamentais para viabilizar o nome do sucessor do sul-coreano Ban Ki-moon.
Foi o caso dos Estados Unidos que apoiaram “desde o início” a candidatura de Guterres, como indicou esta semana Augusto Santos Silva, e da China, cujo primeiro-ministro, Li Keqiang, referiu que Pequim “facilitou” a nomeação do português.
Para o chefe da diplomacia portuguesa, um apoio “maioritário esmagador desde o princípio” foi “um dos segredos” e “um dos recursos” da candidatura de Guterres, bem como tornou o processo “exemplar” do ponto de vista da sua conclusão.
Ainda à Lusa, Santos Silva destacou um dos grandes motes que marcou a candidatura do ex-governante português: a própria pessoa de António Guterres.
“Um candidato com conhecimento do mundo e das Nações Unidas em particular, com experiência política quer nacional como internacional, e com competências, com capacidades. Um candidato para liderar as Nações Unidas”, frisou o ministro, realçando ainda o tom positivo da candidatura.
“Fez sempre uma candidatura pela positiva, defendendo os seus méritos, e nunca atacando nem diminuindo nem menosprezando fosse quem fosse”, concluiu.
António Guterres vai assumir a liderança das Nações Unidas por um mandato de cinco anos, de 1 de janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2021.
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