O chefe da missão da ONU, Hans Grundberg, afirmou, em comunicado, que “regista com grande preocupação o contexto regional cada vez mais precário e o seu impacto adverso nos esforços de paz no Iémen, na estabilidade e segurança na região”, apelando à “máxima moderação” para reduzir a tensão.
O diplomata reagia a dois dias consecutivos de bombardeamentos norte-americanos e britânicos contra posições militares dos Houthis, em resposta a ataques dos rebeldes contra navios comerciais no Mar Vermelho, por onde circula 15% do comércio marítimo mundial.
Perante a escalada de tensão, Grundberg apelou às partes para que evitem ações que agravem a situação no Iémen, onde 80% da população necessita de ajuda há quase uma década devido à guerra entre os Houthis e o Governo internacionalmente reconhecido e apoiado pela Arábia Saudita.
Além disso, o diplomata instou à “proteção dos civis iemenitas e à salvaguarda dos esforços de paz”, em curso desde que o Governo iemenita e os rebeldes alcançaram tréguas em abril de 202 e que se manteve em grande medida, apesar de ter cessado uns meses depois.
O responsável da ONU recordou que tanto os Houthis como o Governo se comprometeram, até ao final de dezembro de 2023, a adotar medidas para um cessar-fogo em todo o país, estando em curso discussões sobre o roteiro para a sua implementação.
O cessar-fogo servirá para retomar um processo político inclusivo, de acordo com Grundberg, assim como para levantar o bloqueio sobre o aeroporto da capital e o estratégico porto de Al Hudeidah, ambos controlados pelos rebeldes.
O Iémen está em guerra desde 2014, quando os Houthis tomaram a capital e deslocaram o Governo reconhecido internacionalmente para a cidade de Adén, num conflito que provocou a pior catástrofe humanitária do planeta, segundo a ONU.
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