“A nossa cultura dominada por homens tem ignorado, silenciado e oprimido as mulheres durante séculos e até milénios”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, num evento da organização dedicado ao Dia Internacional da Mulher, instituído desde 1975 pelas Nações Unidas.

Na sua intervenção, o representante frisou que o mundo “não pode esperar” para alcançar a igualdade de género, defendendo a necessidade urgente de progressos em diversas áreas, como a representação feminina na política ou a desigualdade salarial verificada entre homens e mulheres.

Lacunas que, segundo sublinhou António Guterres, levarão séculos a resolver se o atual ritmo de atuação se mantiver.

“Não aceito um mundo que diz às minhas netas que a igualdade económica pode esperar pelas netas das suas netas. O nosso mundo não pode esperar”, prosseguiu o ex-primeiro-ministro português.

Guterres alertou ainda que movimentos que tentam limitar os direitos das mulheres têm vindo a ganhar força nas últimas décadas.

O secretário-geral da ONU observou que essa reação tem vindo a materializar-se de várias formas: o aumento da violência contra ativistas ou líderes políticas, assédio na Internet, femicídios ou retrocessos legislativos na área da violência doméstica.

“As agendas nacionalistas, populistas e de austeridade aumentam a desigualdade com políticas que limitam os direitos das mulheres e reduzem os serviços sociais. Não podemos abandonar um terreno que foi conquistado durante décadas”, insistiu.

A ONU assinalou o Dia Internacional da Mulher com um grande evento na sede da organização, em Nova Iorque, sob o lema “Pensar na Igualdade, Construir com Inteligência, Inovar para a Mudança”, tema que pretende destacar a importância da inovação para avançar com a igualdade de género.

No evento, e ao lado de Guterres, estiveram as principais dirigentes da ONU como a vice-secretária-geral, Amina Mohammed, e a presidente da Assembleia-geral, Maria Fernanda Espinosa.

Guterres, que assumiu o cargo de secretário-geral da ONU em janeiro de 2017, definiu a igualdade de género como uma “prioridade pessoal”.

Em maio de 2018, as Nações Unidas anunciaram que, pela primeira vez na sua história, tinham alcançado a paridade entre os altos funcionários da organização.

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