“Esperamos que o diálogo seja possível para evitar uma escalada que conduza a um conflito que será um desastre para a população do país e para a região”, afirmou Guterres.

António Guterres adiantou que “todos os governos soberanos têm a possibilidade de escolher o que querem”, quando se trata de reconhecer qual dos dois é o presidente legítimo.

O opositor Juan Guaidó declarou-se na quarta-feira “presidente”, desafiando Nicolas Maduro e criando um clima de muito alta tensão no país, escreve a agência France Presse.

Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, sublinhou o pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Nicolas Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou à realização de “eleições livres”.

Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a quase toda a América Latina reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

México, Bolívia, Cuba, Rússia e Turquia mantêm-se ao lado de Nicolas Maduro, que consideraram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela.

Por seu lado, a UE defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, e sublinhou que “os direitos cívicos, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados”. Bruxelas instou também à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”.

Já hoje, a Austrália afirmou estar a considerar apoiar Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, na sequência do apoio público manifestado por vários países.

O porta-voz do Governo japonês, Yoshihide Suga, afirmou que a Venezuela deve "recuperar a democracia" rapidamente.

Juan Guaidó autoproclamou-se, na quarta-feira, presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

Engenheiro mecânico, de 35 anos, Juan Guaidó tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 03 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.

Maduro iniciou a 10 de janeiro o segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.